O presidente da APPA (Administração dos Portos do
Paraná), Luiz Fernando Garcia, perguntou de que forma os portos do Estado se
preparam para atender o crescimento do agronegócio brasileiro. A questão foi
uma das principais respondidas por ele
durante o Fórum do Agronegócio, promovido pela Sociedade Rural do Paraná, na
ExpoLondrina.
“Infraestrutura
e logística são temas que nunca devem sair da pauta. São assuntos dinâmicos e
nós, enquanto gestores portuários - elos fundamentais da cadeia logística e do
Agronegócio - devemos estar sempre acompanhando o que se tem de mais moderno em
termos de soluções; assim como devemos estar atentos às necessidades de todos
os agentes do setor”, destacou Garcia.
O
evento reuniu as principais lideranças do agronegócio para debater o tema
“Potencializar o Agro: da infraestrutura à agregação de valor”. O presidente
dos portos paranaenses participou do painel “A lógica para a infraestrutura e a
logística”, que teve como moderador o editor de Agronegócios do jornal Valor
Econômico, Fernando Lopes, além da participação de Edeon Vaz, diretor do
Movimento Pró Logística – APROSOJA; Luiz Henrique Dividino, consultor
Internacional para Logística Portuária com ênfase no segmento de commodities; e
Ricardo Thomé , gerente de cadastro de Armazéns na Companhia Nacional de
Abastecimento – CONAB.
Segundo
Garcia da Silva, o governo do Estado e a APPA têm o desafio de gerar uma cadeia
com os menores custos logísticos. “Todos os nossos investimentos estão sendo
pautados nesse sentido, de maior eficiência para promover menor custo
logístico: dar mais e melhor condição de acesso ferroviário, aquaviário e
rodoviário; mais condição de armazenagem, com maior capacidade – através da
licitação de novas áreas e renovação dos contratos vigentes; e condição de
expedição da carga melhor”, revelou Garcia.
O
Fórum do Agronegócio discutiu nesta edição os problemas de logística e
infraestrutura que o agronegócio enfrenta no Brasil. Em palestras e painéis com
lideranças nacionais do setor, o debate girou em torno de problemas já
conhecidos do agronegócio: o alto preço do pedágio nas estradas, a má
conservação das rodovias, o custo do frete, a burocracia, altos juros, a busca
de novos mercados para exportação e a necessidade de novas políticas agrícolas.
O presidente da Sociedade Rural do Paraná abriu o evento falando sobre a
força do homem do campo. “A lista de problemas já é de muito tempo,
passando por vários governos. Para que então voltar à discussão destes velhos
problemas? Novo governo, novas tecnologias, quem sabe agora não conseguimos
solucionar algum deles? A grande maioria dessas dificuldades encontradas estão
localizadas da porteira para fora; porque temos certeza de que da porteira para
dentro, o agricultor fez a lição de casa”.
Norberto
Ortigara, secretário estadual de agricultura, destacou a necessidade imediata
de resolver estes problemas para potencializar a principal vocação do Brasil: o
agronegócio.
A ministra
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Teresa Cristina Correa da Costa Dias,
também foi uma das palestrantes. Ela falou sobre a expectativa do mercado agro
para o anúncio do Plano Safra. A ministra disse defender uma política agrícola
com previsibilidade para 5 anos, ao invés de planos específicos para cada
safra. Teresa Cristina também falou da importância da secretaria das relações
internacionais e o trabalho em duas frentes: a negociação para manter as
exportações com países que já são parceiros (e a busca de novos mercados.
O
primeiro painel da tarde teve como mediadora a ex-senadora Ana Amélia Lemos. O
tema foi “Soluções e desafios para potencializar o agronegócio brasileiro”. Os
participantes convidados levantaram como desafios: a logística deficiente para
escoamento das safras, a burocracia em vários níveis do setor agro, as
condições competitivas desfavoráveis ao Brasil no Mercosul e no mercado
externo, as exportações para China e Estados Unidos, a necessidade de
definições de pautas mais assertivas e definição das prioridades do agro, a
falta de segurança no campo e as altas taxas de juros praticadas no mercado.
O
economista Ricardo Amorim foi o mediador do segundo painel. O tema do debate
foi “Agro: O Mercado Interno e externo e suas perspectivas para agregação de
valor”. Ricardo Amorim destacou os dois cenários que vão impactar a economia
brasileira nos próximos meses: no cenário externo, a preocupação com a recessão
na economia americana e as consequências no Brasil; no cenário nacional, a
votação da Reforma Previdenciária como forma de garantir o fortalecimento da
economia interna. Os participantes do painel falaram também sobre a Reforma
Tributária para melhorar o agronegócio e a necessidade de se fazer acordos
geopolíticos unilaterais.
“A
Lógica para a Infraestrutura e a logística” foi o tema do terceiro painel do
Fórum de Agronegócio. O mediador Fernando Lopes, editor de Agronegócio do Valor
Econômico, conduziu o último debate da tarde. Segundo os participantes do
painel, a falta de estradas, ferrovias e de hidrovias tem encarecido o custo da
exportação da safra brasileira para grandes mercados como a China. Outro grave
problema é o isolamento da produção agrícola de estados do norte e centro
oeste, que sofrem com a falta de condições de acesso e que tem dificuldade em
escoar a sua produção.
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