O
presidente Jair Bolsonaro afirmou no jantar com 37 embaixadores de países
islâmicos, na noite desta quarta-feira, 10, que as relações comerciais dessas
nações com o Brasil devem se traduzir cada vez mais em laços de amizade e respeito. Em
discurso, Bolsonaro disse que o governo federal está "de braços
abertos" a todos os países.
"Que esses laços comerciais cada
vez mais se transformem em laços de amizade, de respeito e de
fraternidade", destacou o presidente em vídeo divulgado pelo Palácio do
Planalto. O jantar foi organizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária
do Brasil (CNA) e reuniu 37 embaixadores de países islâmicos, os ministros da
Agricultura, Tereza Cristina, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, além
do presidente da CNA, João Martins.
A ministra da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Tereza Cristina, ressaltou que o governo está determinado a
construir relações com todos os países, valorizando o papel do agronegócio no
comércio exterior. “O Brasil continuará cada vez mais firme nessa determinação
de ser um país amigo de todos os países e o nosso papel da agricultura é cada
vez mais fortalecer, além da amizade, o negócio da agropecuária brasileira com
esses grandes países que são os países da Liga Árabe", afirmou.
O encontro ocorreu após a visita de
Bolsonaro a Israel e o anúncio da abertura de um escritório de negócios em
Jerusalém. A aproximação do governo brasileiro com Israel e a promessa de
Bolsonaro de transferir a embaixada do país para Jerusalém gerou tensão entre
os os países islâmicos, aliados dos palestinos.
O chanceler Ernesto Araújo negou
desentendimentos por parte do governo em relação aos países islâmicos. Segundo
ele, o jantar comprovou a existência do bom relacionamento. "Neste governo
nunca houve gelo, mas claro que é sempre importante que mostremos na prática
que certas coisas que se especulam não existem", afirmou.
De acordo com a CNA, a intenção do evento é
fortalecer as parcerias comerciais entre o agronegócio brasileiro e os países
do mundo islâmico, que ocupam a 3ª posição entre os principais importadores de
produtos agrícolas brasileiros. Em 2018, as exportações para essas nações
somaram US$ 16,4 bilhões em 2018.
"Nós, produtores, não podemos
hoje ficar restritos a determinada região e determinado país. Este jantar de
hoje foi para mostrar a todos que o Brasil não tem nenhum sentimento de fazer
distinção a quem quer que seja", afirmou João Martins, informando que a
“página está virada” sobre um eventual mal-estar que tenha ocorrido.
O embaixador da Palestina no
Brasil, Ibrahim Alzeben, disse que o encontro serviu para
"quebrar o gelo" na relação diplomática. Para ele, o conflito entre
Israel e palestinos é tema de política interna. "Esse conflito não é do
Brasil. Vamos manter as boas relações com o Brasil e desejamos ao Brasil o
melhor”, afirmou o embaixador, que fez uma avaliação positiva sobre o resultado
do encontro, que classificou como "ameno".
Segundo
dados da CNA, o agronegócio brasileiro foi responsável por 73% das exportações
brasileiras para os países islâmicos. O recorde de exportações ocorreu em 2017,
quando foram exportados US$ 19,1 bilhões.
Em 2018, o açúcar de cana bruto liderou as exportações com US$ 3,8 bilhões em vendas. O milho, a carne de frango in natura, a soja em grãos e a carne bovina in natura aparecem na sequência. Para ser exportados, alguns produtos, como as proteínas de origem animal, tem que passar por procedimentos de abate que seguem os preceitos muçulmanos. Esse tipo de abate é chamada de halal.
Em 2018, o açúcar de cana bruto liderou as exportações com US$ 3,8 bilhões em vendas. O milho, a carne de frango in natura, a soja em grãos e a carne bovina in natura aparecem na sequência. Para ser exportados, alguns produtos, como as proteínas de origem animal, tem que passar por procedimentos de abate que seguem os preceitos muçulmanos. Esse tipo de abate é chamada de halal.
No ano passado, o Brasil exportou US$
2,32 bilhões em carne de frango e US$ 1,52 bilhão em carne bovina para esses
países. O volume de produção coloca o país como o maior exportador de proteína
halal do mundo. Esses países também ocupam a 6ª posição entre os países que
mais vendem produtos do agronegócio ao Brasil, atrás da Argentina, União
Europeia, Estados Unidos, Chile e China. No mesmo período, o Brasil importou
pouco mais de US$ 1 bilhão em produtos. Óleo de dendê ou palma, produtos
têxteis de algodão e borracha natural foram os principais produtos
importados.
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