O
ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou nesta segunda-feira (8)
que a aproximação do Brasil com Israel não vai trazer prejuízos para os
negócios com os países árabes. Em visita ao país, no final de março, o
presidente Jair Bolsonaro anunciou
a abertura de um escritório de representação comercial em Jerusalém. “Não há
nenhum indício de que a nossa aproximação com Israel redunde em perdas
comerciais com os países árabes”, enfatizou durante palestra na Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Na abertura do evento, o presidente
da Fiesp, Paulo Skaf, ressaltou a necessidade de pluralidade nos parceiros
comerciais do Brasil. “É fundamental um bom relacionamento com os Estados
Unidos e com Israel, mas também com os países árabes e o Mercosul”,
disse.
“Nós temos conversado muito com os
países árabes do Oriente Médio. Temos certeza absoluta que o relacionamento
profundo com Israel não significa de forma nenhuma um menor relacionamento com
esses países”, acrescentou o chanceler. Araújo disse que tem mantido conversas
em especial com os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita.
“Vamos começar um projeto de, através
dos Emirados, conseguir mais acesso ao mercado de produtos alimentícios da
Índia. Um mercado muito difícil de acessar diretamente”, exemplificou sobre os
projetos conjuntos que estão sendo estabelecidos com os países da região.
Segundo o ministro, o Brasil também
deve manter boas relações com o Irã. “Nós temos um comércio importante com o
Irã, queremos mantê-lo, ampliá-lo”, ressaltou. Ele ponderou, no entanto, que o
papel do Estado persa é controverso. “Procurei muito ouvir os países que estão
lá, que são vizinhos do Irã, e eles têm uma preocupação enorme com a atuação na
região”, disse sobre as impressões durante a participação na Conferência
Ministerial sobre Oriente Médio, que aconteceu em fevereiro, em Varsóvia, na
Polônia.
Nesse contexto, o Brasil deve atuar,
na visão de Araújo, de forma a evitar atritos no Oriente Médio. “O Brasil quer
contribuir para a paz, para a estabilidade lá. Achamos que a nossa aproximação
com os países árabes pode contribuir com isso. Nessa aproximação é importante
que nós conheçamos a visão de mundo deles e quais são as preocupações deles”,
destacou.(imagem de Dubai)
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