O Tegram (Terminal
de Grãos do Maranhão), um dos maiores do Norte e Nordeste, colocará em operação
em agosto um novo “shiploader” que vai mais que dobrar a capacidade de
carregamento de soja e milho da instalação. Os volumes máximos deverão ficar em
torno de 15 milhões de toneladas/ano, revelou a empresa que administra a
unidade.
O aumento da capacidade do Tegram
ocorrerá quase que simultaneamente ao momento do ano em que ganham força os
embarques de milho do Brasil, segundo maior exportador do cereal no mundo,
quando começa a haver maior disponibilidade da colheita da segunda safra
brasileira, a maior do país.
O novo “shiploader”, cujo
comissionamento começa no final de julho, terá capacidade para carregar 3 mil
toneladas por hora, ante 2,5 mil do equipamento que já funciona em um dos
berços de atracação do terminal, disse Marcos Pepe Bertoni, um dos diretores do
terminal e chefe de operações da CGG, uma das empresas acionistas do Tegram,
juntamente com Glencore, Amaggi e Louis Dreyfus, entre outras. “Estamos falando de uma super safra de milho,
e o novo ‘shiploader’ vai ajudar no escoamento”, afirmou.
A colheita total de milho 2019/20 do
Brasil está prevista em um recorde de 102,3 milhões de toneladas, de acordo com
a última estimativa do governo, que vê a possibilidade de o país registrar a
sua segunda maior exportação da história, em 34,5 milhões de toneladas, atrás
apenas de 2018/19 (41,2 milhões).
A expansão do Tegram —um terminal que
se diferencia dos tradicionais portos do Sul/Sudeste pela maior proximidade dos
mercados da Europa, América do Norte e Canal do Panamá, e também por receber
produtos agrícolas das novas fronteiras agrícolas do Brasil— ocorre ainda após
a unidade ter movimentado um volume recorde mensal recorde, de 936 mil
toneladas, em maio.
“O Tegram carregou 14 navios, quase 1
milhão de toneladas. Um projeto que foi concebido originalmente para 5
milhões/ano, faz 1 milhão no mês, é uma marca bem expressiva”, destacou
Bertoni.
Somente em março, abril e maio, meses
de maior movimentação da soja, o Tegram já exportou cerca de 2,5 milhões de
toneladas, crescimento de quase 40% ante o mesmo período do ano passado,
acrescentou o executivo. Em 2019, contando com um “shiploader”, o Tegram
embarcou mais de 7 milhões de toneladas, sendo a maior parte composta por soja.
Do volume total, a CGG viabilizou pelo
terminal, por meio de cargas próprias e de terceiros, embarques de 2 milhões de
toneladas em 2019, um volume que deve subir para 2,5 milhões em 2020, segundo o
executivo, que ressaltou que a empresa é a única que exporta farelo de soja
pelo Tegram, com um volume superior a 200 mil toneladas/ano.
O Tegram, situado no porto maranhense
de Itaqui, tem seguido o ritmo de exportações recordes do Brasil, maior
exportador global de soja, e divide um protagonismo crescente com outros portos
do Norte/Nordeste, como Barcarena (PA). Enquanto o porto paraense recebe mais
cargas pelo corredor hidroviário Miritituba-Barcarena, o Tegram conta com
ferrovia, operada pela VLI, e rodovia, captando cargas principalmente do
Tocantins, Piauí, Maranhão e Bahia.
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