A espera no terminal da Rumo no maior
porto da América Latina já era de longos 41 dias na semana anterior, segundo a
Cargonave. Em igual período do ano passado, o tempo médio no aguardo era de
cinco a sete dias.
A maior parte do mercado global de
açúcar se voltou para o Brasil nos últimos três meses, à medida que o país
produz volumes recordes do adoçante. As usinas têm dado prioridade ao açúcar em
detrimento do etanol depois que o mercado de combustíveis brasileiro afundou
devido às medidas de isolamento social relacionadas à pandemia de coronavírus.
O movimento repentino ocorreu em um
momento em que o Brasil também exporta volumes recordes de soja, o que
contribuiu para o longo tempo de espera enfrentado pelos navios. Outros
terminais de açúcar em Santos também registram atrasos, mas menores. O terminal
da Copersucar, por exemplo, possuía espera de apenas dez dias na semana
passada, embora o período tenha aumentado para 13 dias na segunda-feira, disse
a Cargonave.
O tempo de espera no terminal da
Rumo, enquanto isso, caiu para 37 dias na segunda-feira, segundo a agência. Procurada,
a Rumo afirmou que não está registrando atrasos nos embarques, e acrescentou
que a movimentação já era esperada, diante do câmbio favorável e do preço
internacional do açúcar, que têm impulsionado as exportações.
“O terminal de Santos está operando
na sua capacidade máxima e o tempo de espera atualmente é de 5 a 7 dias para
navios de grãos e menos de 30 dias para navios de açúcar”, disse a Rumo. A
empresa espera “o melhor junho de toda a história” para o terminal.
Um operador do mercado de açúcar em
Nova York disse que alguns traders estão buscando trocar o terminal da Rumo por
outros, em um esforço para reduzir os tempos de espera e taxas adicionais
(demurrage). A empresa de serviços Czarnikow afirmou que também há companhias
se dirigindo para outros portos, destacando que o porto de São Sebastião (SP),
que costuma operar cargas de petróleo e outros líquidos, começou a embarcar
açúcar pela primeira vez desde 2005. A Czarnikow disse que alguns carregamentos
de açúcar do Brasil foram adiados de junho para julho por causa do
congestionamento portuário.
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