segunda-feira, 27 de abril de 2020

Embraer reajusta produção após fim do acordo com a Boeing

          A fabricante de aviões brasileira Embraer anunciou neste domingo (26) que, depois do fim do acordo de US$ 4,2 bilhões com a Boeing, divulgado no final de semana, trabalha para ajustar os seus níveis de produção e as despesas de capital para economizar recursos. A indústria informou, em um comunicado, que terminou 2019 com uma "sólida posição de caixa" e não tinha "dívida significativa para os próximos dois anos".
         "Estamos tomando medidas adicionais para preservar nossa liquidez e manter nossas finanças sólidas durante esses tempos turbulentos", revelou a empresa. Outras medidas anunciadas incluem ajustes no estoque, extensão dos ciclos de pagamento, redução de despesas e busca de financiamento.
          O acordo entre a Embraer e a fabricante norte-americana foi anunciado há quase dois anos. As empresas estavam em fase final de fechamento da negociação antes da Boeing tomar a iniciativa de desfazer o acordo. A Boeing deveria controlar 80% da divisão de aviação comercial da Embraer, que fabrica aviões de até 150 assentos.
         A Boeing e a Embraer já haviam recebido a aprovação dos organismos antitruste de todos os governos necessários, exceto a União Europeia, e a Embraer gastou milhões criando o segmento de negócios que a Boeing assumiria. A empresa brasileira, terceira maior fabricante de aviões do mundo, via o acordo como necessário para sua sobrevivência a longo prazo, a medida que o duopólio da Boeing-Airbus se fortalecia.
         Em um comunicado divulgado no sábado, a Embraer afirmou que a Boeing rescindiu "indevidamente o Acordo Global da Operação e fabricou falsas alegações como pretexto para tentar evitar seus compromissos de fechar a transação e pagar à Embraer o preço de compra de U$ 4,2 bilhões." A companhia brasileira afirmou ainda que irá buscar as "medidas cabíveis" para ser ressarcida pelos dados causados pela decisão da Boeing.

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