A
Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) advertiu
que a diminuição de caminhoneiros nas estradas, devido a dificuldades
logísticas deflagradas pelas medidas para combater o coronavírus, tem sido um problema
para o escoamento da safra, em processo de colheita no principal estado
produtor do país.
Com a colheita gaúcha atingindo cerca
de 50% da safra até a última semana, a Federarroz emitiu nota ao Ministério da
Agricultura solicitando providências relacionadas ao transporte e abastecimento
do produto no país. Outros setores do agronegócio têm feito reclamações na
mesma linha, apesar de atividades agrícolas e de transporte de safras terem
sido consideradas essenciais pelo governo federal, com o objetivo de afastar
barreiras municipais e estaduais que acabam sendo um problema para a estrutura
de escoamento.
A principal reclamação é sobre o
fechamento de postos de serviços aos caminhoneiros, o que tem elevado custos de
transporte, já que muitos caminhoneiros deixam de pegar viagens sem saber se
encontrarão infraestrurura no caminho, segundo afirmação da Associação
Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), que representa o setor de
soja.
A entidade dos produtores de arroz
reforçou ainda, em comunicado, que "um possível desabastecimento dos
centros consumidores poderá ocorrer não pela falta de produto, mas sim
relacionado à questões logísticas pela falta de frete para transporte desta
produção". O Rio Grande do Sul tem safra estimada em mais de 7 milhões de
toneladas de arroz, de um total de 10,5 milhões de toneladas no país, segundo
dados do Ministério da Agricultura.
A Federarroz disse ainda que, há mais
de 30 dias, vem fomentando junto aos produtores do Estado que procedam ao
regular escoamento da safra 2019/2020, especialmente porque os produtores
precisam entregar arroz para fins de adimplemento das Cédulas de Produto Rural
(CPR's) com vencimentos nos meses de março e abril. A maioria dos produtores
usam as CPRs como forma de financiar a safra.
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