quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Palestrantes do Summit Agronegócio afirmam que é preciso novos investimentos para atender os exportadores de grãos e carnes

         Os palestrantes do painel "Brasil: Celeiro do Mundo", realizado nesta quinta-feira (26) durante o Summit Agronegócio Brasil 2015, chegaram a um consenso de que é preciso novos investimentos para que a produção agropecuária do Brasil atinja seu potencial para ser o maior exportador de alimentos na próxima década. "É preciso muito mais investimentos do que estamos fazendo hoje. E as condições do País podem atrair muitos investidores de fora", afirmou o representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, Alan Bojanic.
         Além de atrair novos investidores privados, Bojanic advertiu que é necessário manter o apoio do governo. "Sabemos que os investimentos públicos não estão fáceis hoje, com a atual situação fiscal, mas o importante é tentar manter o nível atual", disse ele no evento realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo, com patrocínio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp).
         O presidente da Bunge no Brasil, Raul Padilla, destacou que, em compensação, o auxílio dos órgãos públicos ao setor agropecuário pode ser feito também de outra forma, com a desburocratização das operações para as empresas. Ele citou que os investimentos em portos recentes vieram, em sua maioria, da iniciativa privada.
         Já o professor titular da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz (Esalq/USP), José Vicente Caixeta Filho, observou que é preciso definir melhor o papel dos agentes públicos e sua atuação nos investimentos necessários. "O agente precisa ter seu papel de regulador ou formulador de projetos, só que estes papeis não estão claros e definidos, o que causa uma série de incertezas para qualquer tipo de investidor", disse. Para ele, o setor privado poderia ser o instalador desses projetos.
         O presidente do conselho da Cosan, Rubens Ometto, ressaltou a perda de competitividade do agronegócio brasileiro com a logística deficitária. "O que ganhamos no campo, devolvemos nos portos e terminais, isso é um paradigma para o agronegócio brasileiro", lamentou ele.

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