domingo, 29 de novembro de 2015

Eleição de Macri pode beneficiar exportações brasileiras de máquinas e equipamentos

         A eleição de Mauricio Macri para a presidência da Argentina pode favorecer as exportações brasileiras de máquinas e equipamentos para aquele país, avalia o diretor de Comércio Exterior da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Klaus Curt Müller. O país vizinho, no entanto, precisará do apoio do Brasil no financiamento das exportações argentinas, acrescenta.           
         "Como o país estaria financiado, não precisaria desembolsar dólar", explicou. Müller diz que Macri tende a estimular as exportações para ampliar as reservas em dólar do país e, para vender mais ao mercado externo, a Argentina precisará importar insumos. No caso das máquinas agrícolas, ele estima que as vendas para a Argentina, principal mercado brasileiro no segmento, podem crescer até 40% se o país tiver oferta de crédito.
         Nos últimos anos, as restrições às importações se deviam à escassez da moeda norte-americana. E o setor de insumos e bens de capital foi um dos mais afetados, sendo que muitas empresas tiveram suas operações na Argentina inviabilizadas. Isso deve mudar agora, diz Müller. Segundo ele, a tendência é de que Macri flexibilize a importação de itens de origem brasileira necessários à produção de artigos da pauta de exportação da Argentina, entre eles máquinas e implementos agrícolas.
         "Haverá uma racionalização no sentido de eliminar barreiras para matérias-primas, máquinas e equipamentos, dentro dos limites de reserva (de dólar) do país". Mas, se não financiar estas exportações e contar apenas com a redução de barreiras, o Brasil ampliaria suas vendas externas neste segmento somente em até 15%, segundo Müller.
         A Argentina já é o principal parceiro comercial do país no setor de máquinas agrícolas e de irrigação (excluindo tratores), segundo dados da Abimaq. Em 2015, de janeiro a outubro, o país importou US$ 108 milhões em máquinas agrícolas e de irrigação, 19% de um total de R$ 568 milhões exportados globalmente pelo Brasil. Em comparação com o mesmo período de 2014, as exportações para a Argentina na categoria cresceram 10%, segundo a Abimaq. "Poderia ter sido maior não fossem as restrições impostas. E, se tivesse linha de financiamento (do Brasil), teria sido bem maior", afirma Müller.

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