segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Grupo J&F quer internacionalizar ainda mais as marcas da Alpargatas

         O grupo J&F, comandado pelos irmãos Wesley e Joesley Batista (donos da JBS/Friboi), novo controlador da Alpargatas quer ampliar ainda mais as vendas externas da sua nova empresa. A estratégia atende o principal foco de interesse do grupo no negócio, que é a possibilidade de a Havaianas ganhar mercado no exterior.
         A tarefa é desafiadora já que a Alpargatas é um dos casos mais bem sucedidos de internacionalização de marcas brasileiras. Mas, da receita líquida total de R$ 3,7 bilhões da Alpargatas no ano passado, 69% ainda se concentram no Brasil, segundo dados do balanço da companhia.
         No ano anterior, a marca havia sido de 70%. Apesar de o faturamento internacional parecer relevante, boa parte do total arrecadado se concentra no mercado argentino. Isso porque a Topper, marca de materiais esportivos da Alpargatas, teve origem na Argentina e lidera o segmento no país.
         A marca Havaianas é a única com participação relevante fora do Brasil e da Argentina. No ano passado, a Alpargatas vendeu quase 35 milhões de sandálias no exterior, alta de 3,8% em relação ao ano anterior. Nos mercados da Europa e dos Estados Unidos, onde o preço do produto é mais alto, o avanço foi da ordem de 20%. Como ocorre em outros negócios da J&F, o crescimento internacional seria um "seguro" contra as flutuações do real.
         Por ser "novato" no mercado de calçados e confecções, a intenção do grupo J&F seria manter a equipe que comanda a Alpargatas nos cargos por enquanto, segundo fontes. O executivo Márcio Utsch está na presidência da companhia desde 2003, mas ajudou a planejar a "virada" da Havaianas, quando a empresa estava em situação financeira ruim, nos anos 1990.
         No início deste ano, a Alpargatas renovou o contrato para fabricar e distribuir os produtos da Mizuno no país por mais 26 anos. Em 2014, a empresa teve um ano difícil no segmento esportivo. As vendas desta área - que reúnem os resultados de marcas como Mizuno, Rainha e Topper -- foram de R$ 975 milhões, contra R$ 1,039 bilhão do ano anterior. A participação dos artigos esportivos na receita da Alpargatas no Brasil caiu de 43% para 38% entre 2013 e 2014

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