sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Ex-presidente da Transpetro admite em depoimento à PF que manteve contatos com Fernando Baiano

         O ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado admitiu nesta quinta-feira, em depoimento à Polícia Federal, que teve encontros com Fernando Soares, o Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras. O executivo comandou a subsidiária da petrolífera por mais de dez anos, e deixou o posto após os desdobramentos das investigações do esquema envolvendo a estatal.
         A companhia é a subsidiária da Petrobras responsável pelo armazenamento e transporte de combustível. Sérgio Machado é aliado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que o teria indicado para o cargo.
         A Operação Lava Jato investiga se propinas de empresas que fecharam contratos com a Transpetro foram paga a políticos, entre eles, Renan. Fernando Baiano e Paulo Roberto Costa, dois delatores, afirmaram em seus acordos de colaboração premiada que o senador era beneficiário dos desvios da subsidiária.
          O ex-diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, disse que Machado lhe entregou R$ 500 mil em espécie. Investigadores encontraram anotações de Costa com Baiano, que segundo a PF são referências ao operador peemedebista e a Transpetro. Questionado pela PF sobre reuniões com Baiano, Machado reconheceu que conhece o lobista e que estiveram juntos na Transpetro "em algumas oportunidades, com o propósito de tratar de empresas que ele [Baiano] representava."
         Machado relatou, no entanto, que não recorda o nome das empresas, lembrando apenas que uma delas tinha sede na Espanha. Garantiu ainda que a Transpetro não firmou contratos com nenhuma dessas empresas, uma vez que a área de atuação não correspondia aos interesses da estatal.
         Aos investigadores, Machado negou que tenha feito pagamento a Costa. "Tal fato não existiu e desconheço as razões que levaram Costa a fazer tais afirmações", declarou. O ex-presidente da Transpetro afirmou ainda que Costa não detinha poder de decisão sobre as contratações, em face do que não há sentido suposta vantagem que ele teria oferecido.
          Machado também quis se desvincular de Renan afirmando que não possui relação pessoal com o senador. Segundo ele, sua indicação para o cargo foi patrocinada pelo PMDB nacional. A indicação foi resultado de uma avaliação do próprio partido, por seus líderes, membros e dirigentes, não se podendo atribuí-la a uma pessoa ou outra, garantiu ele.

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