sábado, 30 de abril de 2016

Temer promete a representantes do agronegócio rever desapropriações de terra determinadas por Dilma, se assumir a presidência

         O vice-presidente Michel Temer (PMDB) assegurou a representantes do agronegócio que vai rever as recentes medidas do governo ligadas a desapropriações de áreas para a reforma agrária de demarcação de terras indígenas, caso venha a assumir a presidência da República. O compromisso foi dado depois de ele ter sido alertado pela Frente Parlamentar do Agronegócio, durante reunião no Palácio do Jaburu, em Brasília (DF).
         Parlamentares ligados a Temer comemoraram a posição do vice, mas manifestaram receio com a pressão do PT para que o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) aumente as invasões por todo o Brasil. O coordenador da organização, Alexandre Conceição, disse que os movimentos populares estão se articulando para "paralisar o país". O ministro da Defesa, Aldo Rebelo, procurado por peemedebistas, garantiu que "tudo está sendo acompanhado pelo governo".
         A preocupação dos empresários do agronegócio cresceu a partir do início de abril, quando a presidente Dilma Rousseff intensificou as medidas visando a garantir o reconhecimento fundiário a indígenas, quilombolas e pequenos agricultores. Nos últimos dez dias ela assinou atos reconhecendo pelo menos cinco comunidades quilombolas em diversas regiões do país.
        O governo, que pode desocupar o Palácio do Planalto no dia 11 de maio, caso o Senado aprove o pedido de investigação de Dilma por crime de responsabilidade fiscal, também aprovou outras etapas importantes do processo de legalização fundiária. Além disso, chancelou estudos de delimitação de quatro terras indígenas e homologou uma área no Pará destinada ao povo Arara. Somente no dia 1º de abril, a presidente assinou 21 decretos para a desapropriação de 56 mil hectares de terra.
        

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