A presidente Dilma Rousseff fará um pronunciamento em cadeia
nacional de rádio e televisão nesta sexta-feira em defesa do seu
mandato. A petista falará ao
público no mesmo dia em que a Câmara dos Deputados realiza a primeira
sessão para debate do processo do impeachment, aberta às
8h55min. da manhã, pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Pela manhã, Dilma se reuniu no Palácio da Alvorada com seus
ministros mais próximos, entre eles Edinho Silva (Comunicação), para
fechar o teor das palavras que dirigirá à Nação às 20h. A linha do discurso da presidente será o da luta, do combate, da defesa
intransigente do seu mandato e da democracia; da legitimidade do voto e
da ilegitimidade dos conspiradores. Vai conclamar suas bases a
permanecerem mobilizadas no combate aos que chama de golpistas.
A presidente, nesse pronunciamento, não dará tréguas aos seus
adversários, notadamente o vice-presidente Michel Temer e o presidente
da Câmara, Eduardo Cunha, embora, mais uma vez, não pretenda citar seus
nomes diretamente. Segundo levantamento que vem sendo feito diariamente pelo jornal O Globo, do Rio de Janeiro, o
número de deputados que apoiam a abertura do processo de impeachment
contra Dilma já passa os 342 necessários para a
aprovação no plenário da Câmara, que vota no domingo.
O jornal carioca colheu a
posição de todos os 513 deputados, a partir de pronunciamentos públicos,
entrevistas ou consultas aos gabinetes. A sessão no domingo terá início
às 14h, com a orientação das lideranças das legendas. Em seguida, os
deputados serão chamados um a um para dizer o voto.
O recurso de ir à TV para defender o governo e tentar atenuar o
racha no país já foi utilizado por Lula. No dia 23 de fevereiro, ele
apareceu no programa do PT pedindo "grandeza" para superar divergências
em nome do país. "A hora não é de defender as bandeiras que nos separam. É de reunir
forças para fortalecer o Brasil", dizia o narrador na propaganda
partidária na ocasião.
Dilma não aparece em pronunciamento na TV desde fevereiro. Mês
passado, diferentemente do que aconteceu nos outros anos, a presidente
não fez um pronunciamento no Dia da Mulher. Como em 2015 a fala foi o
alvo do primeiro panelaço contra o seu mandato, neste ano, a presidente
preferiu utilizar as redes sociais para parabenizar as mulheres, além de
uma rápida fala na assinatura da portaria interministerial no palácio
do Planalto.
Programa do PT exibido no final de fevereiro provocou o bater de
panelas em pelo menos 14 capitais do país. Rio de Janeiro, São Paulo,
Belo Horizonte, Recife (PE), Vitória (ES), Salvador (BA), Maceió (AL),
Natal (RN), Porto Alegre (RS), João Pessoa (PB) e Goiânia (GO) foram
alguns deles.
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