sexta-feira, 22 de abril de 2016

Pacote de concessões em infraestrutura é uma das apostas de Temer para retomar o desenvolvimento do país

         O vice-presidente Michel Temer (PMDB) deverá apostar em leilões de aeroportos, rodovias e portos, caso venha a ser efetivado na chefia do governo, substituindo Dilma Rousseff (PT). O pacote é uma agenda bilionária de projetos de concessões em infraestrutura, que já estão em andamento, mas de forma lenta, com previsão de investimentos de R$ 31,2 bilhões.
         Os recursos ingressariam no caixa do executivo federal gradativamente, sinalizando ao mercado e à população para a efetiva retomada do crescimento econômico. Segundo interlocutores de Temer, o programa serviria para criar um ambiente favorável ao desenvolvimento nacional.
         O pacote incluiria trechos de rodovias, novos terminais portuários e outros projetos nas diversas regiões brasileiras. O vice-presidente considera a iniciativa necessária para um ajuste estrutural da economia.
         A equipe que vem assessorando Temer ressalva, no entanto, que será preciso fazer ajustes para dar um choque de segurança nos investidores, reduzindo o viés intervencionista praticado pelo governo Dilma. A autorização pelo TCU (Tribunal de Contas da União) na última quarta-feira, liberando s concessões de quatro aeroportos - Fortaleza, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre, é um ponto favorável a estratégia do futuro governo.
         Nas estradas, estão na fila a concessão da Rodovia do Frango, em Santa Catarina e a BR-163, entre Sinop (MT) e Mirituba (PA). O TCU também liberou os estudos para concessão das BR-364 e 365, entre Jataí (GO) e Uberlândia (MG). Nas ferrovias, a Ferrogrão, que une os estados de Mato Grosso e Pará, poderá atrair mais de R$ 10 bilhões de investimentos de tradings de grãos.
         "Há um desconforto com o quadro político", argumentou o senador Blairo Maggi (PR/MT), dono de conglomerado gigante do agronegócio na região Centro-Oeste, interessado na Ferrogrão. De acordo com o parlamentar, ex-governador mato-grossense, o cenário atual "pode mudar rapidamente".
         Assessores de Temer avaliam ainda que as limitações de financiamento público, o principal gargalo enfrentado pelo programa de concessões, possam ser contornadas com o estabelecimento de regras mais claras e transparentes que ofereçam segurança aos investidores. Uma das propostas para isso, seria elaborar editais com mudanças que os tornem "mais amigáveis".

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