segunda-feira, 18 de novembro de 2019

CCCC pode fazer investimento milionário no terminal marítimo de São Luís

          Maior parceira comercial do Brasil, a China anunciará um investimento bilionário no Porto de São Luís por meio da China Communications Construction Company (CCCC). A revelação foi feita por duas fontes com conhecimento direto do assunto, que pediram para não serem identificadas.
          A informação surgiu na quinta-feira, 14, durante a cúpula do Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, em Brasília; Uma das fontes pontuou que os recursos anunciados farão parte do maior projeto de investimento estrangeiro direto anunciado para o país neste ano.
          A pedra fundamental do porto de São Luís foi lançada em março do ano passado. À época, a agência estatal chinesa Xinhua informou que a CCCC liderava o projeto com participação acionária de 51% no empreendimento, ao lado das brasileiras WPR, do grupo de construção WTorre, e da gestora Lyon Capital.
          Em seu site, a WTorre informa que o porto de São Luís é um terminal de uso misto privado. Com retroárea de 1.500.000 m² o projeto atende as áreas central, norte e nordeste do Brasil, interligado pela Ferrovia Norte–Sul/Carajás.
        A segunda fonte adiantou que os investimentos não pararão por aí, com recursos também sendo divulgados para o modal ferroviário. E lembrou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo Jair Bolsonaro está procurando níveis de integração maior com a China, envolvendo não apenas negociações comerciais, mas também investimentos.
         Em discurso num seminário sobre o papel do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do Brics, Guedes chegou a dizer que o Brasil estava conversando com a China sobre a possibilidade de uma área de livre comércio. Mas, questionado por mais detalhes sobre o tema, ele apenas indicou a jornalistas que a intenção era aprofundar as relações com o gigante asiático.
          Segundo analistas, o Brasil quer, de um lado, expandir o número de produtos que compõem a pauta de exportação para a China, hoje muito concentrada em soja, petróleo e minério de ferro. O governo mira a ampliação de mercado para todo o complexo de alimentos brasileiros, com destaque para as proteínas animais.
          De outro lado, o país busca também que as conversas com a China contemplem cada vez mais a frente de investimentos em meio à necessidade de financiamento para projetos de infraestrutura. “Você tinha um gigantismo na pauta comercial, mas menos fluxo de investimentos, (agora) fluxo de investimentos também está aumentando”, explicou a primeira fonte.


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