Maior
parceira comercial do Brasil, a China anunciará um investimento bilionário no
Porto de São Luís por meio da China Communications Construction Company (CCCC).
A revelação foi feita por duas fontes com conhecimento direto do assunto, que
pediram para não serem identificadas.
A informação surgiu na
quinta-feira, 14, durante a cúpula do Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul, em Brasília; Uma das fontes pontuou que os
recursos anunciados farão parte do maior projeto de investimento estrangeiro
direto anunciado para o país neste ano.
A pedra fundamental do porto de São
Luís foi lançada em março do ano passado. À época, a agência estatal chinesa
Xinhua informou que a CCCC liderava o projeto com participação acionária de 51%
no empreendimento, ao lado das brasileiras WPR, do grupo de construção WTorre,
e da gestora Lyon Capital.
Em seu site, a WTorre informa que o
porto de São Luís é um terminal de uso misto privado. Com retroárea de
1.500.000 m² o projeto atende as áreas central, norte e nordeste do Brasil,
interligado pela Ferrovia Norte–Sul/Carajás.
A segunda fonte adiantou que os
investimentos não pararão por aí, com recursos também sendo divulgados para o
modal ferroviário. E lembrou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou
que o governo Jair Bolsonaro está procurando níveis de integração maior com a
China, envolvendo não apenas negociações comerciais, mas também investimentos.
Em discurso num seminário sobre o
papel do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do Brics, Guedes chegou a
dizer que o Brasil estava conversando com a China sobre a possibilidade de uma
área de livre comércio. Mas, questionado por mais detalhes sobre o tema, ele
apenas indicou a jornalistas que a intenção era aprofundar as relações com o
gigante asiático.
Segundo analistas, o Brasil quer, de um lado, expandir o número de
produtos que compõem a pauta de exportação para a China, hoje muito concentrada
em soja, petróleo e minério de ferro. O governo mira a ampliação de mercado
para todo o complexo de alimentos brasileiros, com destaque para as proteínas
animais.
De outro lado, o país busca também
que as conversas com a China contemplem cada vez mais a frente de investimentos
em meio à necessidade de financiamento para projetos de infraestrutura. “Você
tinha um gigantismo na pauta comercial, mas menos fluxo de investimentos,
(agora) fluxo de investimentos também está aumentando”, explicou a primeira
fonte.
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