sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Ampliação do Porto de Paranaguá possibilita expansão da indústria paranaense


          O desenvolvimento da indústria paranaense depende de uma boa infraestrutura logística. O investimento em rodovias, ferrovias e transporte marítimo amplia a capacidade de exportação, importação e circulação de cargas de todas as espécies. A pauta, prioritária nas ações desenvolvidas pelos governos estadual e federal em parceria com a iniciativa privada, é acompanhada de perto pelo Sistema Fiep.
          E há boas notícias vindas do Porto de Paranaguá. No início de outubro, foi inaugurada a ampliação do Terminal de Contêineres de Paranaguá, o que coloca o estado em posição de destaque. É o maior terminal portuário do país em capacidade de movimentação de contêineres. “Houve uma evolução muito grande no Porto de Paranaguá nos últimos oito anos. Ele saiu das últimas posições, de um período no qual havia muita fila de espera de caminhões e navios, e hoje é considerado um dos melhores portos de administração pública do Brasil”, conta João Arthur Mohr, gerente dos Conselhos Temáticos e Setoriais do Sistema Fiep.  
         Com investimentos de mais de R$ 500 milhões, o novo terminal representa um salto para a competitividade do Paraná. O potencial de operação aumentará em 66%, permitindo movimentar cerca de 2,5 milhões de teuss por ano. Para se ter uma ideia, cada teu (Twenty-feet Equivalent Unit) equivale a um contêiner de 20 pés (aproximadamente 7 metros de comprimento). Atualmente, o Porto movimenta 900 mil teus por ano.
         Junto com a ampliação vieram outros investimentos em infraestrutura. A administração do porto realizou uma série de obras essenciais para o bom desempenho do terminal logístico. Somente em dragagem, foram R$ 396 milhões de verba concedida pelo governo federal para o aprofundamento do canal. Como o porto fica em uma região de baía, o acúmulo de detritos após períodos de chuva e o movimento diário das marés diminuíam a profundidade da água. Como resultado, muitos navios ficavam parados aguardando o momento da maré alta para poderem zarpar com plena carga. A obra de dragagem permanente mudou esse cenário: agora são 14 metros de profundidade no canal de acesso.
         “Isso permitiu receber navios de maior capacidade, tanto de contêineres quanto de grãos, outros granéis sólidos e líquidos. Antes, os navios de grãos que atracavam tinham capacidade de até 50 mil toneladas, agora saltamos para 100 mil toneladas. Há um ganho de escala que reduz o custo logístico. A tripulação é a mesma, o uso de combustível não aumenta proporcionalmente à carga, mas transporta-se um volume muito maior”, detalha Mohr.
         Outro fator que aumentou a eficiência do Porto de Paranaguá foi a modernização dos equipamentos para carga e descarga. O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), recém-adquirido pela chinesa CMPorts, comprou dois novos portêineres – guindastes para retirada de contêineres –, que alcançam até 24 fileiras dentro do navio. A descarga é mais rápida e, por consequência, o tempo de espera é menor. Quando o assunto é transporte, cada minuto vale dinheiro.
         As multas cobradas pelos proprietários dos navios variam entre 10 e 20 mil dólares por dia parado, valor que era pago pelos embarcadores, especialmente de granéis sólidos e que encarecia os custos logísticos. “Ao reduzir o tempo de descarga de 48 horas para 36, por exemplo, são 12 horas de berço livre para que outros navios possam atracar. A administração do Porto de Paranaguá e os operadores que movimentam as cargas investiram nessa melhoria porque a economia de recursos pode chegar a milhões de dólares”, analisa Mohr. Destaca-se, também, a ampliação do espaço de armazenamento, que precisa comportar grandes volumes e garantir o rápido escoamento da carga.
        O gerente dos Conselhos Temáticos e Setoriais do Sistema Fiep diz que a gestão participativa foi determinante para promover as transformações necessárias no Porto de Paranaguá. Periodicamente, representantes de diversos segmentos envolvidos com o porto se encontram com toda a diretoria do Porto de Paranaguá para discutir questões relacionadas à operação, pontos de melhoria e simplificação de processos. “Tudo isso resultou em um porto mais eficiente, com maior movimentação de cargas, redução de custos e ganho de escala. Invariavelmente, parte desses ganhos são repassados para os clientes, seja com a diminuição do frete, seja no valor final do produto”, cita Mohr.
        De acordo com o Ministério do Trabalho, o Porto de Paranaguá é responsável por cerca de nove mil empregos no setor de armazenamento e transporte. São 20% de todos os postos de trabalho registrados no município, com R$ 33 milhões mensais em salários, que movimentam comércio e serviços em toda a região. O governo prevê que pelo menos 250 pessoas serão empregadas com a inauguração do novo TCP. Além disso, com a capacidade ampliada, há bons negócios a caminho. “Será possível abrir novas linhas de importação e exportação para Estados Unidos, Europa, África, Ásia e Oriente Médio, com transporte regular de contêineres. O Porto de Paranaguá já é reconhecido como um dos melhores – se não o melhor – do Brasil”, finaliza João Arthur Mohr.

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