sexta-feira, 9 de abril de 2021

Ex-presidente da Petrobras Sergio Gabrielli critica nova Lei do Gás e sugere ampliar rede de gasodutos

O gás natural dominou a pauta da semana da indústria petrolífera. O aumento do preço do combustível em 39% anunciado pela Petrobras e as falas duras do chefe do executivo nacional, Jair Bolsonaro, criticando os reajustes, foram os principais episódios dos últimos dias. Nestes tempos em que o futuro do mercado de gás está em evidência, o ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, criticou a nova Lei do Gás.

Atualmente atuando como pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Gabrielli não anda otimista com a aprovação da Nova Lei do Gás, que foi motivo de comemoração por boa parte da indústria. Ele diz que não acredita em "uma mudança substantiva naquilo que é fundamental no Brasil, que é a necessidade de diversificar a malha de gasodutos para fazer uma interiorização do mercado de gás no país". Para ele, o novo marco legal não fará grandes alterações estruturais no segmento e tampouco ajudará na questão do preço.

"Há uma crença de que ao simplesmente abrir o mercado e reduzir o papel dos grandes players, você vai provocar uma queda de preço. Não é assim que funciona no mercado de uma indústria de rede, como é a do gás natural", opinou. "Então, eu não acho que essa lei seja suficiente para garantir a queda de preço", cravou.

Para o ex-presidente da Petrobras, a melhor alternativa para o Brasil é aumentar a oferta de gás e estimular a entrada de novos produtores. Ele também defende a expansão da malha de gasodutos: "Eu acho que o mercado de gás natural tem que ter uma política de longo prazo. E essencialmente tem que ser condicionada pela política de expansão da rede de gasodutos. Ou seja, um programa nacional de rede de gasodutos, que deve orientar a definição da precificação do gás", sustentou.

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