A Rumo
assinou nesta quarta-feira (31) em Anápolis (GO) o contrato de concessão dos
tramos central e sul da Ferrovia Norte-Sul. O resultado havia sido definido no
leilão realizado em 28 de março pela Agência Nacional de Transportes Terrestres
(ANTT).
A proposta econômica da Companhia foi
de R$ 2,7 bilhões, ágio de 100,92% em relação ao valor de outorga mínimo
estabelecido. O contrato de concessão será de 30 anos, não prorrogável. O
trecho leiloado compreende 1.537 quilômetros de linha férrea entre Estrela
D’Oeste (SP) e Porto Nacional (TO).
A Ferrovia Norte-Sul começou a ser
construída em 1987, projetada para ser a espinha dorsal do sistema ferroviário
brasileiro e integrar de forma estratégica o território nacional. Com assinatura
do contrato de concessão dos tramos central e sul a operação dessa malha será
decisiva para o futuro da infraestrutura do País, garantindo ciclos virtuosos
de desenvolvimento econômico, gerando empregos e ajudando a reduzir o Custo
Brasil.
Além de Anápolis, onde funciona o Porto Seco
Centro-Oeste, haverá terminais da Rumo nas regiões das cidades goianas de São
Simão e Uruaçu, e um grande complexo de terminais no sudoeste do Estado. No
Tocantins, as operações em Porto Nacional, onde já existe um terminal, passarão
a integrar o corredor Norte-Sul.
A Rumo tem planos para que trens da
Brado, sua subsidiária especializada na logística multimodal de carga em
contêineres, estejam rodando até o final de 2019, no trecho da Norte-Sul entre
Anápolis (GO) e Porto Nacional (TO). O objetivo dessa operação inaugural é
atender os polos de produção agrícola e industrial das regiões Centro-Oeste e
Norte do País. Nela, serão utilizados os modernos vagões double-stack, que
podem carregar até três contêineres (um de 40 pés e dois de 20 pés) empilhados
em dois níveis.
Em paralelo, diversas obras de
infraestrutura ferroviária serão executadas entre Ouro Verde de Goiás (GO) e
Estrela D’Oeste (SP), onde a Norte-Sul se conecta à Malha Paulista. Também sob
concessão da Rumo, essa via férrea dá acesso ao Porto de Santos (SP), o mais
importante do Brasil. A conexão entre as duas malhas deve ocorrer até 2021,
viabilizando dois fluxos importantíssimos.
De um lado, leva-se carga geral e
industrializada do Terminal de Sumaré (SP) – para onde é levada a produção da
indústria da grande São Paulo, região metropolitana de Campinas, São José dos
Campos e demais polos industriais do estado de SP – para grandes centros
consumidores, como Goiânia (GO), Brasília (DF), Palmas (TO) e Imperatriz (MA).
Por outro, será escoado um volume significativo de grãos de Tocantins, Goiás e
do leste do estado de Mato Grosso, para exportação a partir de Santos.
Segundo dados divulgados pela Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a demanda potencial prevista pelos
trilhos da Norte-Sul para o ano que vem é de 1,7 milhão de toneladas. Até 2055,
esse número deve chegar a quase 23 milhões de toneladas anuais.
Esse vaivém, que atenderá as exportações
e o mercado interno, significa redução de custos para quem produz e para quem
consome, e um agronegócio mais competitivo lá fora. Para que esse ciclo se
cumpra, é fundamental a aprovação em plenário pelo Tribunal de Contas da União
(TCU) do pedido de renovação antecipada da concessão da Malha Paulista.
A maior parte dos investimentos
previstos será feita nos cinco primeiros anos, trazendo um aumento de 150% na
capacidade de transporte da Malha Paulista – de 30 milhões de toneladas por ano
para 75 milhões de toneladas por ano. Além desse aumento de capacidade, o plano
de negócios da Companhia prevê dezenas de obras para solução de conflitos
urbanos e a reativação dos ramais de Panorama (SP) e Barretos (SP).
A renovação antecipada permite à
concessionária ter garantia de horizonte contratual para amortizar
investimentos muito volumosos e intensivos em capital, iniciando-os
imediatamente. É o aumento de capacidade da Malha Paulista que permitirá que os
trens da Norte-Sul cheguem ao Porto de Santos e que as cargas de São Paulo
cheguem ao centro-oeste. É um dos projetos mais importantes da integração
logística do país.
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