terça-feira, 6 de agosto de 2019

Otimismo no setor logistico do Reino Unido cai para nível mais baixo e Brexit é uma das causas


          O otimismo no setor logístico do Reino Unido caiu para o nível mais baixo já registrado na sequência das condições desafiadoras dos negócios e os temores do Brexit a contribuírem para a queda na confiança do setor, segundo o último Índice de Confiança Logística do Barclays e consultora BDO.
          O índice, publicado recentemente, revela um crescente pessimismo no setor da logística, com uma leitura geral de 49,7 pontos, sendo esta a primeira vez na história do índice que a confiança cai abaixo da marca dos 50 pontos, indicando que, em geral, o setor é mais pessimista do que otimista em relação ao estado do mercado.
          O Índice de Confiança Logística é compilado pelo Barclays e BDO a partir de análises efetuados junto de mais de 100 líderes do setor – juntos gerando receitas superiores a 17 mil milhões de libras (perto de 19 mil milhões de euros) – para avaliar o nível geral de confiança e expectativas futuras dos operadores logísticos do Reino Unido.
          Esta 12.ª edição do índice mostra uma queda significativa relativamente ao recorde de 74,9 pontos registrados no segundo semestre de 2013. A queda está a ser impulsionada pelas “condições atuais dos negócios que são mais desafiadoras do que no ano passado”, referem os entrevistados para o índice, com apenas 14% afirmando que são mais favoráveis.
          Os receios do Brexit contribuem significativamente para a queda da confiança. Os entrevistados indicaram que os planos para o futuro estão a ser atrasados como resultado da incerteza do Brexit, com quase metade (47%) a efetuar baixos níveis de investimento ou colocando decisões em espera devido a questões relacionadas ao Brexit desde o referendo de 2016.
          A grande maioria das operadoras está a tomar providências para garantir que estejam preparadas para uma série de resultados, com apenas 5% a referir que não tomaram nenhuma ação em resposta ao Brexit, uma queda de 10% em relação ao índice Barclays / BDO anterior.
          Apesar de um aumento na procura por algumas operadoras, como resultado do planejamento dos seus clientes por causa do Brexit, a indústria é clara na sua oposição a uma saída sem compromisso da UE para o Reino Unido.
          As empresas foram perguntadas se veriam mais ou menos negócios de clientes em diferentes partes do mundo sob um Brexit sem compromisso. Para os clientes da UE, o não acordo obteve -52%, com + 9% para um acordo. Já para os clientes do Reino Unido, um resultado sem acordo também foi considerado menos positivo do que um acordo (+ 8% e + 31% respectivamente); e mesmo para os clientes do resto do mundo, foi de + 3% para o não acordo, contra + 9% com um acordo.
          As operadoras ainda vêm oportunidades e estão prontas para investir, apesar de uma perspectiva mais dura para o setor. Perto de três quartos dos operadores logísticos (73,2%) sentem-se confiantes o suficiente para dizer que são prováveis ou muito prováveis o aumento dos investimentos nos próximos 12 meses, embora seja 2% menor do que em 2018.
          Quando questionados sobre as perspectivas para o setor da logística no Reino Unido nos próximos 12 meses, 62,4% dos entrevistados admitirem virem a deparar-se com condições de negócios mais duras. Cerca de dois terços (63,4%) das operadoras ainda esperam aumentar o volume de negócios. No entanto, esse número cai 5,9% em relação a 2018 e é o menor número desde o início deste índice, no segundo semestre de 2012.
          As perspectivas de rentabilidade são menos otimistas – pouco mais de metade (55%) afirma esperar um aumento nos lucros em relação ao ano anterior, embora o número que vê uma queda nos lucros diminua 4,8% em relação a 2018. Uma parte encorajadora dos entrevistados (20%) espera que os lucros aumentem em 10% ou mais. Dado que apenas 12,9% das operadoras prevejam um aumento no volume de negócios, parece provável que muitos operadores planeiem aumentar os lucros através de medidas de controlo de custos e redução do número de funcionários, em vez de aumentar a receita. Isso talvez seja refletido pelo fato de a pressão sobre os preços dos consumidores continuar sendo uma preocupação. (imagem da "City", centro financeiro de Londres)

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