O
Ministério do Comércio da China anunciou nesta terça-feira, 6, que empresas do
país suspenderam a compra de produtos agrícolas dos Estados Unidos. A medida
foi uma resposta ao anúncio do presidente americano, Donald Trump, sobre novas
taxas a importações chinesas.
Segundo o ministério, a China também
não descarta a possibilidade de impor tarifas adicionais aos produtos agrícolas
importados dos Estados Unidos. Não foram divulgados mais detalhes sobre essa
possível sobretaxa. No comunicado, Pequim afirmou que espera que os Estados
Unidos cumpram sua promessa e criem as condições necessárias para a cooperação
bilateral.
A paralisação nas compras ocorreu
alguns dias depois de Trump anunciar novas sobretaxas de 10% sobre outros 300
bilhões de dólares em produtos importados da China, acirrando a guerra
comercial entre os dois países. O presidente justificou a decisão alegando que
os dirigentes de Pequim não cumpriram, entre outros, promessas de aumentar
significativamente o volume de compras de produtos agrícolas dos EUA.
As novas tarifas atingem as
importações que haviam sido poupadas até agora pelos EUA e se unem às
sobretaxas de 25% já impostas sobre 250 bilhões de dólares em produtos
importados da China, país que exporta 500 bilhões de dólares em bens para os
Estados Unidos anualmente.
O Ministério do Comércio chinês
afirmou que as novas tarifas americanas representam uma "séria
violação" na guerra comercial travada entre as duas maiores economias do
mundo. A resposta chinesa atinge em cheio os agricultores americanos que já
tiveram uma grande redução nas vendas para o país asiático com o conflito.
Antes da guerra comercial, em 2017, a
China comprou produtos agrícolas no valor de 19,5 bilhões de dólares dos
Estados Unidos. Os principais produtos foram soja, laticínios, sorgo e suínos.
Em 2018, o volume de importação americanas para o país asiático caiu para 9,1
bilhões de dólares. O presidente da Federação Americana de Agricultores, Zippy
Duvall, disse que o anúncio chinês é um "golpe para milhares de agricultores
que estão lutando para sobreviver".
As tensões entre EUA e China têm
raízes no desequilíbrio da balança comercial a favor do país asiático, que
exporta 419 bilhões de dólares a mais do que importa, o que, segundo Trump,
acontece devido a injustas práticas comerciais do gigante asiático. Os dois
países continuam negociando uma forma de resolver a guerra comercial aberta
pelo presidente americano. Fases de progresso e desastre têm se alterado ao
longo das negociações.
Em maio, as conversas pareciam ter
entrado em colapso, mas ganharam um impulso depois da reunião entre Trump e
presidente da China, Xi Jinping, durante a cúpula do G20, no Japão. As
conversas da semana passada, porém, foram suspensas e serão retomadas no início
de setembro.
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