quinta-feira, 19 de julho de 2018

UFRJ organiza competição para estimular desenvolvimento de navios solares

          A tecnologia para desenvolver embarcações com motores elétricos de propulsão alimentados por baterias carregadas por painéis solares existe e já está em uso no mundo. Navios solares, que não emitem gases poluentes, não fazem parte mais de um futuro distante. Mas no Brasil esta engenharia ainda é pouco explorada, com iniciativas de projetos de pesquisa, sem nenhuma aplicação comercial efetiva.
          Para reverter este quadro e divulgar esta alternativa tecnológica, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) organiza anualmente uma competição de embarcações solares (protótipos de competição) denominada Desafio Solar Brasil. O professor titular do Departamento de Engenharia Elétrica da UFRJ, Walter Issamu Suemitsu, explica que o intuito é banir aos poucos a poluição gerada pelos sistemas de propulsão à combustão e os híbridos.
          "Os sistemas de propulsão atuais são movidos a motores de combustão ou híbridos, isto é, um à combustão aciona um gerador elétrico que por sua vez alimenta o motor elétrico de propulsão. Já os sistemas híbridos provocam menos quantidade de gases de efeito estufa que os motores puramente de combustão", diz o Suemitsu.
          O  professor destaca que, em princípio, o sistema de propulsão elétrico pode ser aplicado em qualquer tipo de embarcação. "A principal vantagem é a não emissão de gases de efeito estufa, o que traz um grande benefício para o ambiente reduzindo a poluição. Outros prós são a maior eficiência dos motores elétricos, menor volume e peso sem diminuir a potência e a facilidade de manutenção", diz Suemitsu, que acrescenta: "atualmente a maior desvantagem é a necessidade de uso de baterias para o armazenamento de energia".
          A tendência já é realidade em países da Europa, como França e Alemanha, que estudam a proibição de veículos a combustão a partir de 2040. Segundo o professor da UFRJ, há poucos dados sobre o assunto, mas o mais recente relata que, em 2013, existiam na França 30 embarcações de passageiros totalmente elétricos. "Além do transporte de passageiros, estuda-se a aplicação em navios e lanchas da Marinha", afirma.
          No Brasil, em 2014, o Instituto Ekko Brasil (IEB) em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), recebeu uma embarcação que usa energia solar para ser utilizado em trabalhos de pesquisas, mobilização social e educação ambiental na Lagoa do Peri, em Santa Catarina.
          Para os interessados em explorar mais o tema, o professor Suemitsu apresenta em agosto no Rio de Janeiro a palestra gratuita: "Novos sistemas de propulsão elétrica de navios e a nova preocupação com o meio ambiente". A palestra faz parte da programação de conteúdo da Marintec South America, evento do setor naval, que acontece de 14 a 16 de agosto, no Centro de Convenções SulAmérica. Ao todo serão apresentadas 48 palestras, 5 workshops e 9 estudos de caso durante os três dias de evento, sempre das 14 às 18 horas. Mais informações e a inscrições no site oficial: https://www.marintecsa.com.br

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