quarta-feira, 25 de julho de 2018

China estimula surgimento de terminais de livre comércio para atrair investimentos estrangeiros


        O Conselho de Estado da china anunciou um plano para estabelecer um Porto de Livre Comércio (FTP) em Hainan em 2015. As autoridades locais em Shenzhen também publicaram documento prevendo a implementação de um FTP em 2020. O objetivo nos dois casos é criar um entorno que responda às necessidades do mercado, proporcionando espaços para experiências e fortalecimento da competitividade internacional. Mas há ceticismo sobre o êxito destes projetos, afirmou um informe do Mercator Institute for Chine Studies (Merics).
           Durante muitos anos, o governo chinês utilizou zonas especialmente designadas para implantar as reformas econômicas, por meio de experiências regionais. As políticas que resultaram bem sucedidas se reproduziram em todo o país. Os exemplos mais conhecidos deste enfoque são as Zonas Econômicas Especiais (ZEE), lançadas nos anos oitenta.
          No final de 2013, a administração nacional lançou uma série de Zonas de Livre Comércio Piloto (PFT|Z) para permitir que as forças do mercado desempenhem um papel decisivo na economia chinesa. Shanghai ganhou a primeira PFTZ e, em 2018, já se contavam um total de 11 zonas.
          Das zonas experimentais se depositam grandes expectativas entre os investidores estrangeiros devido a seus ambiciosos objetivos. A POFTZ de Shanghai pretende transformar a cidade em um centro financeiro mundial. A de Qianhai, em Shenzhen, quer converter-se em um polo para a indústria de serviços modernos e desenvolver cooperação mais estreita com Hong Kong.
          A pretensão das PFYZ é repetir o sucesso das ZEE, e oferecer condições de comércio e investimento mais liberais para as empresas estrangeiras em uma economia chinesa que é bastante fechada hoje. Em Shanghai se colocou sobre a mesa uma flexibilização dos fluxos financeiros transfronteiriços esteitamente controlados por Pequim, assim como a implementação do aclamado sistema legal de Hong Kon, baseado na Lei Comúm de Qianhai.
          Entretanto, até agora, esta nova onda de experimentações não cumpriu as expectativas dos investidores estrangeiros. Em uma consulta realizada pela Câmara de Comércio Europeia (EUCC), em junho de 2016, 83% dos entrevistados afirmaram que não se beneficiaram da redução de listas negativas que enumera setores fora de alcance para os investidores internacionais. Na PFTZ de Shanghai, os controles de capital tampouco se flexibilizaram por completo.
          A intenção de Qianhai PFTZ também não logrou replicar exitosamente o ambiente favorável para os negócios de Hong Kong. As experiências desejadas para construir um sistema eficiente de estado de direito inspirado numa lei comum não mostrou resultados por enquanto.

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