sexta-feira, 6 de julho de 2018

Ameaça de guerra comercial preocupa transportadores marítimos de contêineres e usuários


          O risco de que o transporte marítimo de contêineres entre em uma guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos é atualmente baixo, mas potencialmente possível mais adiante. A previsão é da Container Forecaster, publicada pela agência Drewry.
         “No informe de março publicamos que tínhamos esperança de uma resolução pacífica. No entanto, agora devemos admitir que o risco de se transformar em realidade é grande. A pergunta, então, é qual seria a intensidade, caso venha a acontecer? “, indagou o gerente sênior de investigação de contêineres da Drewry e editor da Container Forecaster, Simon Heaney.
          As sobretaxas adicionais de 25% na primeira lista de 818 produtos chineses, correspondendo a um valor aproximado de US$ 34 milhões estão programadas para serem aplicadas pela Aduana norte-americana a partir de 6 de julho. Atualmente, está sendo revisada uma segunda lista de 284 produtos que envolvem mais US$ 16 milhões. E existem, ainda, ameaças de outros US$ 400 milhões em resposta as represálias
       A última edição da Container Forecaster analisa três possíveis cenários para o comércio transpacífico de contêineres, baseados na intensidade de uma gerra comercial que vão desde sobretaxas de US$ 50 milhões a US$ 450 milhões, aplicadas às importações da China dos Estados Unidos.
         No pior dos casos, a Drewry calcula que se poderão perder até 1,8 milhões de teus, equivalentes a 1% do transporte marítimo mundial embarcado durante a dita guerra comercial sino-americana. O impacto, por enquanto, com as listas iniciais, ainda é pequeno, em torno de 200 mil teus.
         A investigação da Drewry mostra que as listas revisadas anunciadas em 15 de junho teriam uma grande importância para os itens industriais e, além da China, envolvem outros parceiros comerciais. Apenas a China exportou cerca de 13%$ do constante na primeira lista de produtos dos EUA em 2017 e cerca de 8% dos itens da segunda lista.
        “Com outras opções de abastecimento disponíveis, os aumentos de tarifas sobre os produtos chineses destas listas iniciais provavelmente criariam uma pequena quantidade de desvios comerciais e elevariam as perspectivas de outros sócios exportadores para os EUA”, assegurou Heany.
       “A atual ameaça para a demanda de contêineres é relativamente baixa, inclusive quando se consideram medidas de olho por olho e disputas com outros sócios comerciais. Mas existe claramente a possibilidade de que estas coisas se tornem mais obscuras”, assinalouy Heaney. “Talvez o maior risco seja a imprevisibilidade de tudo e o potencial golpe na confiança que se daria na economia mundial, justo quando esta parece ter encontrado uma saída”, disse ele. “As disputas comerciais roubam o brilho da retomada do crescimento do comércio global, observada nos primeiros meses deste ano, impulsionada pela aceleração da economia mundial”, lamentou.

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