sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Pesquisa mostra que diferença entre fretes praticados no mercado e custos do transporte rodoviário é de 12,9%


         Após pesquisa realizada com mais de 300 empresas do setor de transporte rodoviário de cargas em todo país e debate durante o Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado (CONET), em São Paulo (SP), nesta quinta-feira (28 de janeiro), verificou-se uma diferença de 12,9% entre os fretes praticados no mercado e os custos efetivos da atividade. Embora o número seja menor do que o mesmo período do ano anterior (14,11%), ainda representa um aumento com relação a última pesquisa realizada em agosto de 2015 (10,14%).
         O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga e Logística no Estado de Santa Catarina (SETCESC), Osmar Ricardo Labes, que participou da reunião do CONET na capital paulista disse que “pelos dados apresentados, essa perda tem origem acúmulo nas defasagens ao longo dos anos e na inflação dos insumos que compõem os custos, como o combustível e a mão de obra”, explicou.

         Apesar do principal objetivo da sondagem desenvolvida pelo Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos da NTC&Logística (DECOPE) ser o entendimento de como o transportador está estabelecendo o frete, foi possível constatar também que 75,8% dos entrevistados apresentou queda no desempenho financeiro de 0,1 a 10% no ano passado. Ainda de acordo com a pesquisa, 83,6% dos empresários não recebem o pagamento dos fretes em dia e 78% dos entrevistados estão pessimistas com o ano de 2016, não esperando nenhum crescimento e até diminuição de mercado.
         O histórico da defasagem nas últimas pesquisas costuma trazer números maiores no início do ano e uma diminuição ao término dele. Isso se dá em função da conscientização do empresário após a primeira divulgação. O desconhecimento de todos os custos que devem ser considerados no cálculo também pesa na conta, de acordo com a pesquisa. Por exemplo: 68,4% dos transportadores de carga fracionada desconhecem ou não cobram a TRT, Taxa de Restrição de Trânsito.
         A NTC também apresentou no CONET o estudo realizado pelo DECOPE sobre a variação média do INCT-F e INCT-L (Índice Nacional do Custo do Transporte de Carga – Fracionada e Lotação) no acumulado dos meses. Enquanto o primeiro aumentou 9,46% em 2015, o segundo subiu 9,01% no mesmo período. Entre os principais insumos, o óleo diesel teve aumento de 13,49% nos últimos 12 meses. Já o salário de motoristas contabilizou 9% de aumento.

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