sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Moinhos gaúchos deverão importar trigo dos Estados Unidos, com custo mais elevado que o produto comprado de países do Mercosul

         A redução na oferta do trigo gaúcho, ocasionada pela quebra da última safra, deve resultar em uma maior necessidade de importação. Mas, como a Argentina também enfrentou problemas no último ciclo, os moinhos do Rio Grande do Sul podem acabar aumentando suas compras dos Estados Unidos, informou o Sinditrigo-RS, o que deve provocar uma elevação nos custos e, consequentemente, no preço da farinha de trigo.
         Anualmente, o Brasil importa cerca de 5,5 milhões de toneladas por ano, principalmente da Argentina, Uruguai e Paraguai. A compra de trigo norte-americano representa uma parcela menor, mas chegou próximo de 1 milhão de toneladas em 2014, quando o governo zerou temporariamente a TEC (Tarifa Externa Comum).
         Segundo o diretor do Sinditrigo-RS, Rogério Tondo, os moinhos gaúchos devem continuar abastecidos porque anteciparam as compras e contam com trigo de alto teor de proteína, vindo da Argentina, Uruguai e Paraguai. Depois desse período, a situação é incerta devido à incógnita sobre a qualidade da safra argentina. "Será necessário saber se o trigo do país vizinho terá os mesmos valores de proteína. Se isso não ocorrer, resta comprar o produto dos Estados Unidos", disse.
         A compra de trigo norte-americano, contudo, pode ser impactada pelo dólar em alta e pela cobrança da tarifa de importação, não incidente nas compras de países do Mercosul. Além disso, os custos dos moinhos encontram-se pressionados por fatores como o aumento da energia elétrica, o que deverá se refletir no preço da farinha. "Vamos passar o semestre muito pressionados pelos custos da farinha de trigo", previu o sindicalista.

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