segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Desempenho da indústria gaúcha atinge em dezembro o menor nível desde 2010

         Os índices da atividade gaúcha registraram, em dezembro, os menores níveis para o mês já apurados pela Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul desde 2010. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (25) pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), por meio de um indicador que varia de 0 a 100, com valores abaixo de 50 pontos indicando a intensidade na redução ou piora e valores acima de 50 apontando a intensidade no crescimento e melhora.
         A produção (34,1 pontos) manteve a sequência de quedas mensais iniciada em abril de 2015. O emprego (42,1 pontos) segue em queda por 20 meses consecutivos. O desaquecimento da atividade também se reflete na baixa utilização da capacidade instalada (UCI) que ficou em 63,0%. Com isso, a UCI usual (32,7 pontos) se afastou ainda mais do nível considerado normal pelos empresários.
         “O setor terminou o ano em queda, devido à fraca demanda doméstica, e indica um começo de 2016 muito difícil. A indústria gaúcha enfrentou inúmeros problemas no último trimestre de 2015”, disse o presidente da Fiergs, Heitor José Müller, ao avaliar os dados da pesquisa.
         Os principais obstáculos apontados foram demanda interna insuficiente (49,8%), elevada carga tributária (48,9%), taxas de juros elevadas (25,6% dos entrevistados), a falta ou alto custo da energia (22,5%), a falta ou o alto custo da matéria-prima (22,5%), a taxa de câmbio (22,5%), a falta de capital de giro (22,0%) e a inadimplência dos clientes (20,7%).
          A queda na produção em dezembro propiciou uma redução dos estoques de produtos finais (46,3 pontos) em relação a novembro, permitindo a aproximação do planejado pelas empresas (52,1 pontos).
As avaliações das empresas sobre suas finanças no último trimestre de 2015 continuaram negativas. O índice de condições financeiras (38,2 pontos) revelou um alto grau de insatisfação.
          Em relação à margem de lucro (31,4 pontos), a avaliação foi ainda pior. A grande dificuldade de acesso ao crédito (31,3 pontos) e o aumento nos preços das matérias-primas (69,9 pontos) completam o complexo quadro financeiro das empresas.
         As expectativas dos empresários gaúchos para os próximos seis meses ainda são negativas em janeiro, embora não tanto quanto em dezembro. Projetando quedas, o índice de demanda foi de 46,2 pontos, o de emprego, 43,3 pontos e o de compras de matérias-primas, 44,7 pontos. Além disso, a intenção de investimento (41,5 pontos) é bastante baixa. Já o cenário é um pouco diferente para as exportações: o indicador de quantidade exportada (55,5 pontos) revela expectativa de crescimento.

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