quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Pernambuco receberá R$ 3 bilhões em investimentos portuários nos próximos anos


         O Estado de Pernambuco receberá R$ 3 bilhões em investimentos portuários nos próximos anos. Esse número corresponde a 6% do montante total previsto para ser destinado aos portos brasileiros até 2042 – R$ 51 bilhões de acordo com o Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP). Esse e outros assuntos foram tema da reunião do ministro Helder Barbalho, da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP), com os presidentes da Companhias Docas e dos portos delegados de todo o País, que aconteceu no Porto e Suape (PE), nesta terça-feira.
         Dos investimentos previstos, apenas 16% – R$ 480 milhões – são de recursos públicos, destinados a dragagem. A primeira fase dessas obras já está em andamento em Suape e todo o trabalho está previsto para ser concluído em 2018. Os restantes 84% são de investimentos privados. A maior parte deles – R$ 2,179 bilhões – será em arrendamentos de áreas para terminais portuários dentro dos portos organizados. Há mais R$ 367,2 milhões referentes a renovações e reequilíbrios contratuais em análise.
         Há dez áreas para irem a leilões de arrendamento em Pernambuco, sendo oito em Suape e dois em Recife, uma das quais referente a terminal de passageiros. Das oito áreas em Suape, cinco estão previstas para irem a leilão no Bloco 2: dois para granéis minerais, um para veículos, um para trigo e um para contêineres
         Existem ainda cinco outras áreas para serem licitadas: um terminal de passageiros em Recife, três áreas para movimentação de cargas em Suape e uma em Recife, totalizando R$ 71,3 milhões.
Em renovações contratuais, o maior investimento novo é o de R$ 304,055 milhões da Decal Brasil Ltda para movimentação de combustíveis em Suape. Há ainda outro investimento em análise na SEP para movimentação de combustíveis em Suape: R$ 63,20 milhões da Pandenor Importação e Exportação.
O Porto de Suape contará também com um Terminal de Açúcar, cujo início de operação está previsto para este ano.
         Também está na agenda a dragagem de aprofundamento do canal, bacia e berços para 2018, e um segundo sugador de trigo no Cais 4 em 2020. Com essas melhorias, a tendência é haver aumento de produtividade das operações. Com o novo Terminal de Açúcar, a produtividade neste embarque deve subir 521%, passando de 47 t/navio/h para 292 t/navio/h, de acordo com o estudo Plano Mestre do Porto de Suape. Com horizonte para 2030, o plano também considera o aumento da ocupação do Cais 5, de 65%, para 72% a partir de 2026.

          O plano prevê ainda a implantação de sistema de monitoramento do tempo de armazenagem e do sistema de controle de tráfego e embarcações, que dá eficiência e mais segurança ao sistema. Com 15,5 metros de profundidade no porto interno, mais de 20 metros em sua bacia de evolução, o Porto de Suape deve continuar em expansão, de acordo com o Plano Mestre.
          Em termos de movimentação de carga, o Porto de Suape deve ampliar suas operações a uma taxa média de 8,6% ao ano até 2030, para 61,5 milhões de toneladas, de acordo com o seu Plano Mestre. Em 2014, foram 15,2 milhões de toneladas de cargas movimentadas em Suape.
         Em 2015 até novembro, o porto movimentou 18 milhões de toneladas. Desse total de 2015 até novembro, 13 milhões foram granel líquido, principal tipo de carga, devido à grande movimentação de derivados de petróleo. Mais 4,149 milhões de toneladas são o peso bruto referente a movimentação de contêineres.
         Para 2030, o perfil do porto será mais orientado para embarques (54% do total) do que para desembarques (46%). A projeção de mais embarques é resultado, principalmente, de novas cargas de exportação como minério de ferro e grãos (soja e milho) e embarques de cabotagem de óleo diesel e coque da nova refinaria da Petrobras (Abreu e Lima). Atualmente, Suape tem mais desembarques.
          Assim, são projetadas participações expressivas de algumas cargas novas, como é o caso do petróleo cru (20% do total) e minério de ferro (24% do total), além dos produtos do agronegócio, como a soja (5%), milho (2%) e fertilizantes (2%). A navegação de cabotagem também predomina. Ela respondeu por 57% do total em 2014, sendo o restante referente ao comércio exterior.

          A área de influência do Porto de Suape abrange os Estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte; e parte dos estados de Alagoas e Paraíba, mas pode se expandir. Considerando a produção industrial eólica, e o potencial das cargas de projeto, essa área se estende do Ceará à Bahia, de acordo com o Plano Mestre.
         Também é pelo porto de Suape que acontece a maior movimentação de mercadorias no comércio exterior a partir de Pernambuco: 5,3 milhões de toneladas de produtos importados em 2015 entraram no país por Suape, num total de US$ 4,5 bilhões. E 1 milhão de toneladas, no valor de US$ 724,5 milhões foram exportados por lá, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

           Já pelo porto de Recife entraram 913 mil toneladas, no valor de US$ 263,5 milhões e foram exportadas 457 mil toneladas, por US$ 260,4 milhões. Combustíveis e óleos minerais, produtos químicos, cereais e plásticos foram os principais itens da cesta de importação por Suape. Por Recife, a grande maioria composta por produtos químicos, adubos, produtos da indústria de moagem e cereais.
           Os produtos mais exportados por Pernambuco foram combustíveis e óleos minerais; açúcares e produtos de confeitaria; além de ferro fundido e aço. Também tiveram saída expressiva pelos portos pernambucanos máquinas e materiais elétricos; veículos terrestres; sal, enxofre, pedras, gesso e cimento; e bebidas, incluindo as alcoólicas e vinagre.

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