quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Aumento no preço do combustível desgasta relação entre embarcador e transportador no Pará

          O Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Estado do Pará está preocupado com o aumento do preço do combustível, que provocou uma deterioração na relação do embarcador com as transportadoras, por conta dos achatamentos dos preços de fretes.
          Uma empresa de transporte de cargas de Belém que embarca e desembarca cerca de mil carretas todos os dias, tem no combustível 40% do valor do frete cobrado. Um caminhão que percorre o trajeto Belém/São Paulo chega a consumir 2 mil litros de diesel.
          “O reajuste do combustível tem impacto diretamente na nossa atividade de transporte rodoviário, porque o diesel tem um consumo direto na nossa atividade. Então, isso nos traz uma consequência que é o aumento de custo, e consequentemente tem que haver o repasse desse custo do diesel também ao frete”, avalia o vice-presidente do sindicato, Daniel Carvalho.
          O desgaste da relação embarcador e transportadora por conta dos achatamentos dos preços de fretes tem sido decorrente da situação econômica do país e da excessiva oferta de transporte. Como consequência, as oportunidades viraram, com poucas exceções, uma discussão sobre valores de tabela de fretes.
          Entre os principais problemas estão a concentração de volumetria para os últimos dias do mês; lead time apertado, com tempo de carregamento demorado, influenciando negativamente no cumprimento do mesmo; frete baixo, em função do valor agregado baixo do produto e avarias do produto no carregamento e descarregamento.
         “Você pega o preço novo de pauta, reduz do preço antigo e joga o ICMS em cima. Então, isso corresponde a esse valor de aumento”, explica o vice-presidente do Sindicombustíveis, Mário Melo. O resultado é um frete mais caro do que o próprio produto. No caso do Pará, de toda a arrecadação de ICMS, 25% vem dos combustíveis. Com o aumento no preço da gasolina e do diesel, o Estado vai arrecadar mais R$ 3 milhões ao ano.
          A Sefa (Secretaria de Estado da Fazenda) – responsável por avaliar a pauta do imposto – informa que a pauta sofre alteração a cada 15 dias, mas não é determinante para aumentar o preço do combustível. De acordo com o consultor de petróleo e gás, Francinaldo Oliveira, este é um aumento do preço do combustível já nas distribuidoras.
          “Para isso nós precisamos buscar justificativas, que são o aumento do frete no etanol, as poucas carretas para transportar, o etanol nas usinas está mais caro também, e nós temos um custo imenso de deslocamento da logística. Nós estamos longe dos locais produtores. Tanto do etanol, quanto dos outros combustíveis”, ressalta.




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