O Porto de São Francisco do Sul deve receber investimentos de R$ 180 milhões em obras ao longo dos próximos dois anos para melhorar as operações e torná-lo ainda mais competitivo. Hoje, o terminal é o de maior movimentação em Santa Catarina e o oitavo entre os 37 portos públicos brasileiros. São 21 estados do país como origem ou destino das cargas operadas na unidade francisquense.
O terminal já vem recebendo obras
importantes ao longo deste ano. Em outubro foi concluído o reforço da
iluminação dos berços de atracação e outras intervenções ainda estão em
andamento, como a reforma do corredor de exportação (local por onde passam as
cargas enviadas aos navios) e a construção de um novo portão de acesso, com
previsão de conclusão até fevereiro.
No entanto, os investimentos mais pesados
serão efetivados a partir de 2019. Entre as obras previstas, as mais
importantes são a aquisição de dois novos shiploaders (máquina usada para
carregar os materiais nos navios) e a readequação do corredor de exportação
para comportar a nova capacidade. Juntas, elas estão orçadas em cerca de R$ 100
milhões.
Atualmente, o porto tem dois
shiploaders em funcionamento que foram adquiridos em 2002 - cada um com
capacidade para 1,5 mil toneladas. Os novos a serem comprados terão 2 mil
toneladas, aumentando a capacidade do porto para carregamento dos navios para
exportação.
Segundo o presidente da unidade, Luis
Henrique Furtado, o tempo para realizar o processo licitatório, compra,
montagem e entrega das máquinas poderá levar até dois anos e meio.— Por isso,
nós estamos consertando os shiploaders que já temos para conseguirmos ter uma
vida útil até a chegada dos novos — explica.
Além disso, de acordo com Furtado, o
corredor de exportação também está recebendo alguns reparos para evitar que
aconteça problemas como o ocorrido em março deste ano. Naquela data, a galeria
de uma das esteiras cedeu e o porto precisou operar por três meses abaixo da
capacidade máxima até as obras de reparo serem concluídas. A estrutura foi
consertada e agora a segunda esteira também recebe melhorias.
— Queremos deixar o corredor apto
para operar sem problemas e não corrermos riscos de acontecer o que houve no
começo do ano no início de uma safra. Estamos trabalhando para que todos os
equipamentos estejam a todo o vapor em 1º de fevereiro — conta.
As obras no corredor de exportação
não são as únicas previstas pela direção do porto para os próximos dois anos.
Outros investimentos foram planejados para melhorar a eficiência do trabalho
realizado todos os dias na unidade de São Francisco do Sul.
Segundo o presidente, uma das coisas
mais importantes para o funcionamento de um porto é a realização da dragagem.
Ele explica que na região do porto o calado - altura de água necessária para o
navio flutuar livremente - é de 14 metros e precisa ser mantido para não causar
problemas à navegação das embarcações.
Por isso, está sendo contratado um
estudo que vai diagnosticar quais as áreas mais críticas e com qual frequência
elas precisam ser dragadas. Todo o trabalho de levantamento de informações e a
realização da dragagem está orçado em cerca de R$ 30 milhões.
Além disso, também serão investidos
R$ 20 milhões para a retirada de algumas pedras que atrapalham a operação do
porto próximo dos berços de atracação e outros R$ 20 milhões para aterrar uma
área de 10 mil metros quadrados alagada em 2012 após a ampliação de um dos
berços. Segundo Furtado, falta apenas uma autorização do Ibama e a previsão é
de início das obras em fevereiro.
Ainda há a previsão de investimento
de R$ 10 milhões na construção de um novo armazém de 8 mil metros quadrados e
mais R$ 8 milhões em sinalização náutica do canal de acesso ao porto. Serão
compradas e instaladas novas boias e um sistema de sensores. O edital de
licitação deve ser lançado em janeiro.
Para depois de 2020, também existe o
planejamento de fazer investimentos ainda mais altos, de até R$ 280 milhões, na
obra de alargamento e aprofundamento do canal de acesso ao porto. O EIA/RIMA
está pronto e a próxima etapa é a busca pelos recursos.
O Porto de São Francisco do Sul hoje
atua principalmente com as cargas de grãos, como soja, milho e farelo. No
entanto, também trabalha com cargas gerais, como fertilizantes, madeira,
celulose e produtos siderúrgicos. Apenas no ano passado, foram 13,2 toneladas
movimentadas pelo terminal, sendo 6,5 milhões de grãos.
— O principal produto de exportação
hoje no Brasil é a soja. Em 2017, foram 68 milhões de toneladas e 6% saíram do
nosso porto em São Francisco — conta o presidente da unidade. Segundo Furtado,
a produção de soja tem crescido e a expectativa para 2019 é uma safra ainda
maior do que nos anos anteriores. Normalmente, ela começa em fevereiro, mas o
porto de São Francisco do Sul espera começar a receber as cargas já no início
do janeiro. Isso também fez com que a direção da unidade tenha investido na
manutenção dos equipamentos para evitar transtornos e tornar a operação mais
eficiente.
Além do aumento da movimentação,
também há a expectativa de crescimento no faturamento da unidade para o próximo
ano. Atualmente, há um lucro anual de R$ 70 milhões e a projeção é saltar para
R$ 100 milhões em 2019. Hoje, o terminal tem 150 mil metros quadrados de área e
conta com 220 funcionários. É o oitavo porto em movimentação do país, a frente
de terminais importantes, como do Rio de Janeiro (RJ) e Vitória (ES), que são
maiores e têm infraestrutura melhor. Em relação à exportação de grãos, a
unidade francisquense é a sexta maior do Brasil e, se considerar apenas os
portos de carga geral, é o segundo em movimentação.
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