Fazer negócios na América Latina e no Caribe pode ser
perceptivelmente mais arriscado do que em países da Europa ou dos Estados
Unidos. O receio do fracasso de um governo federal instável em um momento de
polaridade política mundial está no topo da lista de preocupações daqueles que
se interessam em fazer negócios na região.
Pelo menos é o que aponta, pelo segundo ano consecutivo, o
Regional Risk for Doing Business Report 2018 (Relatório Regional de Riscos para
Fazer Negócios, em livre tradução). O
estudo é conduzido pelo World Economic Forum, em parceria com a
seguradora Zurich e a Marsh & McLennan Companies.
Enquanto cinco
países da região, Bolívia, Brasil, Equador, Guatemala e Panamá, elegeram um
possível fracasso do governo como o principal risco para o mercado, países como
Honduras e México escolheram a intensa instabilidade social como a principal
ameaça para a realização de novos negócios. O item, que em 2017 foi eleito a
terceira maior preocupação dos latino-americanos, em 2018 subiu um degrau e
chegou ao segundo lugar do ranking.
A Venezuela, que
enfrenta uma situação econômica e política crítica sem precedentes, priorizou
no estudo a inflação e a crise governamental, além do colapso de alimentos, o
fracasso do estado democrático e a instabilidade social vivida no último ano. A
situação política venezuelana gerou uma grande onda migratória em 2018 para
países vizinhos, como Brasil, Colômbia, Peru e Equador.
A Colômbia e o
Chile escolheram a migração voluntária em larga escala, respectivamente, como
primeiro e segundo lugar na lista de riscos. Esse é um dado que pode ajudar a
entender a razão pela qual Colômbia e Venezuela foram os únicos países
entrevistados que citaram conflitos internacionais entre os dez principais
perigos da região.
Economia foi
outro fator importante citado no relatório latino-americano, com temas como
desemprego e subempregos e uma possível crise fiscal no terceiro e quarto lugar
da pesquisa. Nos últimos três anos, a região enfrentou crescimento de 8,4% no
número de desempregados, que atualmente atingem a marca de 26 milhões de
pessoas, de acordo com a Organização Mundial do Trabalho. A crescente inflação
foi destaque em países como Haiti e Argentina – cuja moeda enfrenta forte
desvalorização em relação ao dólar americano (50%).
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