O diretor
de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI),
Carlos Abijaodi, defendeu nesta segunda-feira, 17, que as políticas comercial e
industrial sejam feitas “sem preconceito”. Em evento realizado pelo jornal
Correio Braziliense, ele enviou o recado da indústria para o novo governo de
Jair Bolsonaro - o futuro secretário especial de Produtividade, Emprego e
Competitividade, Carlos da Costa, também participou do debate.
"Não podemos ter decisões precipitadas
e erradas. Não se pode ter nem proteção exagerada, nem abertura precipitada e
inconsequente", afirmou Abijaodi. Para o diretor, tanto a política
comercial como a industrial devem ser feitas com o foco de melhorar as
condições de competitividade no exterior. "Não se trata de considerar a
política industrial um conjunto de subsídios para compensar a falta de
competitividade, mas, sim, um motor para dar estímulo à produção",
completou.
Abijaodi disse ainda que o setor está
pronto para atuar junto do governo "no que for preciso e no que for de
interesse da indústria". "Estaremos prontos para trabalhar
juntos", concluiu. Já o presidente da Confederação Nacional da Indústria
(CNI), Robson de Andrade, afirmou que a indústria será “parceira” do novo
governo sempre que o objetivo for destravar a economia. Ele reconheceu que o
próximo ano será difícil, já que a equipe econômica liderada pelo futuro
ministro Paulo Guedes terá a missão de “arrumar a casa”, sobretudo na área
fiscal. Mas Andrade demonstrou otimismo.
“Temos expectativa de que País
realmente vai mudar, teremos oportunidade de atrair investimentos”, observou o
presidente da CNI ao participar do mesmo evento. Andrade citou uma série de
iniciativas da indústria na formação de capital humano para contribuir para a
elevação da produtividade no País, mas ressaltou que há questões que só o
governo pode endereçar, como a questão tributária.
“Nós seremos parceiros do governo
sempre que o objetivo for destravar a economia, fazer a indústria crescer e
desenvolver tecnologia”, disse. “Certas coisas só o governo pode fazer, mas nós
podemos fazer muito pela indústria brasileira. Temos grande chance e grande
possibilidade de fazer mudanças”, acrescentou.
Segundo o presidente da CNI, as
estimativas apontam que o Brasil precisa em média de 4 trabalhadores para
entregar o mesmo que um único trabalhador norte-americano. No entanto, ele
ponderou que essa não é uma medida transversal a todas as atividades. Para
Andrade, há algumas áreas mais produtivas, outras menos. Em desvantagem,
segundo ele, estão algumas regiões que hoje não têm mão de obra amplamente
qualificada, como a região Norte. “Sem qualificação, Estados como Acre e
Amazonas não vão atrair empresas”, disse Andrade.
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