Representantes
do empresariado brasileiro e norte-americano esperam que o futuro governo do
Brasil conclua o acordo de reconhecimento mútuo entre os programas brasileiro e
americano de Operador Econômico Autorizado (OEA). O tema foi tratado na reunião
plenária do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos (Cebeu), nesta
quarta-feira (4), em São Paulo.
A Confederação Nacional da Indústria
(CNI) divulgou um estudo que mostra que a adoção do programa pode adicionar US$
50,2 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro até 2030. O programa OEA
foi criado em 2014 e prevê que importadores, exportadores, transportadores e
agentes de carga sejam certificados nos dois países para ter prioridade e dar
agilidade na liberação de suas operações e cargas nas aduanas. Os agentes do
comércio devem cumprir vários requisitos.
Segundo o estudo da CNI, os atrasos
decorrentes da burocracia aduaneira aumentam, em média, cerca de 13% os custos
de exportação e em 14% os de importação no Brasil. Além de reduzir o tempo e os
custos nos processos de exportação e importação, os empresários sugerem que o
acordo pode evitar a dupla tributação dos países. A CNI argumenta que a conclusão do acordo é
uma prioridade para a indústria e trará mais celeridade às operações comerciais
no exterior, além de facilitar os investimentos e aumentar a competitividade
das multinacionais nos dois países.
Em pesquisa da CNI feita em parceria
com a Fundação Getulio Vargas (FGV), 23% das 589 empresas exportadoras ouvidas
consideram os Estados Unidos como o país mais atrativo para estabelecer
relações comerciais. Em seguida, aparecem México (8,4%), China (6%) e Colômbia
(3%), como os países que mais atraem o empresariado brasileiro. Entre os
blocos, a União Europeia é mais citada pelas empresas.
Para a maioria dos empresários
brasileiros que participaram do estudo, o mercado norte-americano deve ser
prioritário para a busca de acordos comerciais. As exportadoras brasileiras
também pretendem ter os Estados Unidos como principal parceiro comercial ou
ampliar sua participação no comércio americano. Em seguida, o interesse dos
empresários é por países da América do Sul, como Argentina, Colômbia, Chile,
Paraguai e Peru.
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