segunda-feira, 20 de junho de 2016

Ministro Marcos Pereira diz que governo adotará estratégia mais agressiva para ampliar participação no comércio mundial

         O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, afirmou a empresários de vários países e setores, durante o Fórum Econômico Mundial para a América Latina, em Medelin, na Colômbia, que o Brasil já começa a enxergar sinais de recuperação para a economia. O ministro reafirmou o compromisso da equipe do governo em “reconstruir o chamado tripé macroeconômico” (controle da inflação, responsabilidade fiscal e câmbio flutuante), além de trazer a inflação de volta para a meta de 4,5% ao ano.
         Otimista, Pereira reconheceu os 0,3% de retração do PIB brasileiro no primeiro trimestre, porém afirmou que os números foram inferiores aos projetados pelo mercado, que previa uma queda de 0,8%. Mencionou também o superávit comercial obtido nos quatro primeiros meses do ano, superior a 13 bilhões de dólares, “o maior já registrado na série histórica”, propagandeou, muito embora seja amplamente sabido que o resultado positivo da balança comercial não é devido exclusivamente ao sucesso de exportações, mas também à expressiva queda nas importações.
         Sobre a posição brasileira no cenário internacional e as iniciativas para ampliar a participação do país no comércio mundial, o ministro lamentou que o Brasil ainda ocupe a 25ª posição, com apenas 1,2% de participação na economia global, afirmando que o governo deverá adotar uma estratégia mais agressiva, com assinatura de mais acordos e com maior abrangência temática. Mas avisou que a ação deverá ser estudada junto à iniciativa privada: “não estamos falando de uma inserção a qualquer custo. Estamos falando de uma inserção qualificada, a partir de uma avaliação dos interesses brasileiros concretos, desenhada em conjunto ao setor privado, e não em resposta a pressões”.
         Marcos Pereira mencionou algumas ações recentes lideradas pelo MDIC, como assinatura de acordos com os Estados Unidos nas áreas de convergência regulatória, facilitação de comércio e propriedade intelectual. Também destacou a autorização para início de processo negociador com o Canadá e com o EFTA (bloco comercial que inclui Suíça e Noruega), e as negociações de acordos sobre compras governamentais, facilitação de comércio e serviços com os países da Bacia do Pacífico.
         Além disso, comentou que, em maio, foi realizada a troca de ofertas entre Mercosul e União Europeia, depois de 14 anos de negociações. O ACFI (Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos) assinado com sete países, sendo três na África e quatro na América Latina (Colômbia, México, Chile e Peru) também foi lembrado pelo ministro como “um modelo inovador de acordo de investimentos, focado em um novo padrão de governança, na mitigação de riscos e na prevenção das controvérsias”. O Brasil ainda negocia outros ACFIs com o Mercosul e com países da Ásia, África e Oriente Médio. Ainda com foco na ampliação dos acordos do Mercosul, o Marcos Pereira enumerou as negociações com o México, com a Índia e com a União Aduaneira da África Austral.
         Encerrando a apresentação com otimismo, o ministro Pereira repetiu que a economia brasileira já começa a dar os primeiros sinais de recuperação. “Estou convicto de que essa resoluta disposição do Brasil e do Mercosul a uma maior abertura do comércio internacional - com a assinatura de acordos mais diversificados e abrangentes - aliada às medidas que estamos adotando em prol da desburocratização e do aumento da produtividade e da inovação trarão um enorme impulso para a atração de investimentos e para a retomada do crescimento econômico”. Esperemos que a injeção de ânimo do ministro Marcos Pereira possa se traduzir em ações e resultados para o país.

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