domingo, 19 de junho de 2016

Embarcadores manifestam preocupação com a situação financeira dos armadores globais

         Embarcadores de todo o mundo manifestaram preocupação com os riscos representados pela situação financeira das companhias globais de navegação. A questão foi discutida durante a Feira e Conferência TOC Europa, em Hamburgo, Alemanha. Mesmo reconhecendo as dificuldades por que passa o setor hoje em dia, houve uma demanda para que os armadores oferecessem uma gama maior de serviços.
          O diretor de operações logísticas da British American Tobacco, Rolf Niese, ao palestrar na conferência CSC (Container Supply Chain), admitiu que vários embarcadores chegaram a “comemorar” as tarifas de fretes mais baixas da memória viva do mercado. Ele alertou, no entanto, que a resposta dos armadores, consolidando suas operações, traz uma série de desafios aos players da cadeia global de suprimentos.
          “Com essa série de fusões e aquisições, o mercado gerou muita incerteza. Em primeiro lugar, não estamos sendo bem informados – não sabemos quem está se associando a quem, e onde, ou quem está na lista das próximas fusões. Isso, por si só, já configura um risco para nós”, disse o executivo.
          Segundo ele, as companhias precisam seguir o exemplo do segmento de freight forwarding, oferecendo uma ampla gama de serviços, além de diferenciar os seus serviços dos concorrentes. “O que temos visto no segmento de operadores logísticos é que eles sentiram a necessidade de destacar os seus serviços, como por exemplo oferecer garantia de entregas pontuais. E estamos sempre sendo questionados se vamos pagar por isso – sim pagamos, e, na verdade, já assumimos essa conta na condição de operadores”, explicou.
          Na opinião do embarcador britânico, cada vez mais os armadores estão focando estritamente em seus negócios principais, sem uma visão completa da cadeia ponta a ponta, quando, na sua avaliação, o embarcador só consegue trabalhar considerando o processo logístico todo na cadeia de suprimentos.
          O diretor de transportes da Stanley Black & Decker, Filip Degroote, disse, após a conferência, que os problemas enfrentados pelos armadores trazem grandes dificuldades para os embarcadores. “O perigo é que, em algum momento, a carga seja bloqueada e tenhamos dificuldades de recuperá-la”, alertou.
          Degroote afirmou que a Black & Decker já usou por muito tempo os serviços de operadores logísticos, mas que, devido a pressões contínuas no gerenciamento de estoques da companhia, tem contratado embarques LCL diretamente dos armadores, e está cada vez mais em contato com os armadores. “Porém, se os armadores quiserem ganhar uma fatia mais representativa dos negócios da Black & Decker, também vão precisar oferecer alguns dos serviços que o Operador Logístico fornece”, esclareceu o embarcador

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