domingo, 19 de junho de 2016

CNI apresenta propostas ao governo para recuperar exportações da indústria

         A Confederação Nacional da Indústria (CNI) entrega nesta segunda-feira (20) aos ministros das Relações Exteriores, José Serra (foto), e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, uma série de propostas para uma recuperação mais consistente do comércio exterior, como uma forma de atenuar a crise no mercado interno brasileiro.
         O documento foi batizado de Agenda Internacional da Indústria 2016 e propõe medidas para a política comercial, como a busca de acordos com países de fora da América do Sul, apoio ao processo de internacionalização das empresas brasileiras e atração de investimentos.
         "Com a retração do mercado interno brasileiro há a necessidade de uma política comercial internacional mais forte", afirmou o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi. "Também precisamos trabalhar para que o País tenha ambiente confortável que permita atrair investimentos locais."
         A agenda lista 32 países prioritários para negociações e acordos. A CNI defende, por exemplo, a conclusão de um acordo ambicioso, em termos de comércio e investimentos, entre Mercosul e União Europeia. Também sugere a definição de uma agenda de negociação com os Estados Unidos, por meio da elaboração de relatório de recomendações entre a CNI e sua contraparte americana, a U.S. Chamber of Commerce.
         Outra sugestão é o relançamento da agenda comercial e econômica da indústria no Mercosul e o apoio à atualização da agenda do multilateralismo comercial. "Também precisamos nos inserir nos países da Aliança do Pacífico", diz Abijaodi.
         Entre as prioridades apontadas pela CNI também está a conclusão das negociações com o México e o estabelecimento futuro de livre-comércio com o país, assim como a promoção de novos negócios com a Argentina, hoje mais aberta e menos propensa a medidas restritivas.
         A agenda que será entregue a Serra e Pereira também defende a desburocratização para as empresas exportadoras e estudos que identifiquem barreiras comerciais na China, União Europeia e Estados Unidos. "Essas barreiras são, muitas vezes, difíceis de identificar, mas podem ter um impacto significativo sobre as exportações e os investimentos brasileiros, além de poderem desestimular a entrada de novas empresas na atividade exportadora", informa o documento.
         Boa parte das propostas colocadas no documento depende de ações governamentais, mas a CNI também se propõe a assessorar, prestar consultoria e capacitar empresas para atuar no comércio internacional por meio das entidades coligadas em todo o País.
         O setor externo tem mostrado sinais de reação, embora os números positivos sejam mais influenciados pela queda das importações por causa da forte recessão que atinge a economia brasileira. Em maio, as exportações brasileiras alcançaram US$ 17,5 bilhões e as importações, US$ 11,1 bilhões.
         No acumulado do ano, o saldo comercial está positivo em US$ 19,6 bilhões, número recorde para o período. Para o ano todo, o governo projeta um saldo positivo entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões que, se concretizado, será o maior já registrado na história.

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