Imprensa internacional considera nomeação de Lula para a Casa Civil tentativa de salvar o governo Dilma e evitar que ex-presidente possa ser preso

         O pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff e a nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva  para a chefia da Casa Civil repercutiram na imprensa internacional. O The New York Times publicou que o ex-presidente assume um cargo no governo para evitar ser preso.
         Principal jornal de economia e negócios do mundo, o The Wall Street Journal informou que a volta de Lula ao Palácio do Planalto é um reflexo dos efeitos de uma recessão brutal, do escândalo de corrupção e da crescente pressão pelo impeachment. A revista Forbes disse que a entrada do ex-presidente no governo é um esforço para protegê-lo da investigação da Operação Lava-jato e destacou que muitos brasileiros consideram a manobra uma vergonha.
         Segundo o El País, de Madri, o novo chefe da Casa Civil será o ministro mais importante do governo Dilma, e deverá atuar como uma espécie de primeiro-ministro. O francês Le Figaro afirmou que Lula e Dilma se unem para enfrentar o escândalo de corrupção na Petrobras e tentar salvar o segundo mandato da presidente da República.
         O argentino La Nación noticiou que a nomeação dá a Lula foro privilegiado nas denúncias sobre o esquema de corrupção na estatal petrolífera. A BBC frisou que o ingresso do ex-presidente no governo o protege  de ser investigado pelo juiz Sérgio Moro. O Financial Times ressaltou que o retorno de Lula ao poder provocou protestos de milhões de pessoas em todo o Brasil, que saíram às ruas pedindo o impeachment de Dilma e a prisão do ex-presidente.