quarta-feira, 30 de março de 2016

Gol vai enxugar a frota de aviões e cortar rotas domésticas e internacionais

         O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, afirmou nesta quarta-feira (30) que, além dos cortes na oferta de assentos, a companhia também trabalha com outras ferramentas para se adaptar ao cenário desafiador do setor aéreo brasileiro, incluindo readequações na malha e na frota de aeronaves. A Gol trabalha com uma redução na oferta total (ASK) de 5% a 8% em 2016.
         "Além das medidas estruturantes de redução de oferta e da contratação de assessores financeiros, também vamos promover neste ano a readequação em nossa malha, com redução de frequências e suspensão de destinos nacionais e outros internacionais", disse Kakinoff (foto), durante teleconferência com jornalistas. Segundo o executivo, no mercado internacional, serão canceladas rotas para os Estados Unidos, enquanto no nacional serão suspensos os voos para Altamira, Carajás e Ribeirão Preto.
         O presidente da Gol ainda afirmou que, em relação à gestão da frota, está previsto o subleasing de nove aeronaves, a alteração no recebimento de novas aviões entre 2016 e 2017, passando de 15 para um, e a devolução de cinco em regime de arrendamento financeiro.
         Kakinoff também destacou a contratação de duas empresas de assessoria financeira, de modo a auxiliar a Gol em seu processo de reestruturação: a PJT Partners, que irá auxiliar a tomar medidas para o fortalecimento da estrutura de capital, liquidez e perfil de endividamento, além de alternativas para a dívida sem garantia no exterior; e a SkyWorks Capital, assessoria especializada em discussões com arrendadores de aeronaves, de modo a renegociar os termos comerciais de arrendamentos.
         Segundo o executivo, apesar do momento delicado, a Gol não corre risco de insolvência no curto prazo, em função do colchão de liquidez da companhia - seu caixa total, incluindo aplicações financeiras e caixa restrito, somava R$ 2,299 bilhões no final do quarto trimestre de 2015, o equivalente a 23,5% da receita líquida dos últimos doze meses. "Olhando para o médio e longo prazo, é evidente que a atual estrutura de capital tem que ser trabalhada", disse Kakinoff.
         Para o vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da Gol, Edmar Lopes, o contexto de continuidade de dificuldades no Brasil tornou necessária a contratação dos assessores. "Olhando para frente, para o cenário do Brasil, com um novo patamar de câmbio, crescimento inexistente e demanda em retração, achamos por bem chamar os assessores para nos ajudar a avaliar qual a estrutura adequada de capital e o que precisamos fazer com as partes relacionadas para endereçar os problemas", disse Lopes. "No momento, não temos valores, mas está claro para a companhia que precisamos endereçar essas questões rapidamente."

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