segunda-feira, 28 de março de 2016

Atraso no início da construção de terminal e estaleiro na Paraíba frustra o mercado e trabalhadores


         As construções do terminal multiuso no Porto de Cabedelo e do estaleiro em Lucena, anunciados nos últimos dois anos, ainda não começaram, deixando de criar cerca de 2.900 oportunidades de trabalho que foram previstas para empregados da construção civil. O valor total de investimentos previstos para essas duas obras no setor naval e de logística no litoral paraibano ultrapassa R$ 2,5 bilhões e a expectativa é de geração de 5.500 empregos (2.600 diretos).
         O do estaleiro da Empresa de Docagens Pedra do Ingá (EDPI), em Lucena, anuciado em 2015, é o maior deles. Com investimento previsto de R$ 2 bilhões e projetando a geração de 4.100 empregos diretos e indiretos, o projeto, das empresas McQuilling Partners Inc., dos Estados Unidos, e da brasileira Promon Engenharia, visa a oferecer serviços de manutenção de navios de grande porte.
         A obra foi prevista para ser concluída em 2017, mas segundo o gerente de projetos da McQuilling no Brasil, Celso Souza, ainda não há investidores suficientes para que o projeto comece a sair do papel. “A crise política do país não é a melhor situação para atrair investimentos”, justificou.
         Por causa da demora na captação de recursos, o projeto está atrasado em relação ao cronograma inicial e o pedido de licenciamento ambiental foi feito apenas em outubro de 2015. Como o estaleiro de reparos está previsto para ser construído na foz do Rio Paraíba, também é necessário haver a permissão da Secretaria dos Portos da União.
         Para o gerente de projetos, se tudo for encaminhado a partir de agora, a obra deve ser entregue em 2019. “Recebendo autorização de todos os órgãos, esperamos iniciar as obras no primeiro trimestre de 2017. Em 24 meses é possível colocá-lo em funcionamento parcial e, em 36 meses, em sua totalidade. Mas isso também depende dos investidores”, concluiu.
         Multiuso
         O projeto de construção do terminal multiuso no porto de Cabedelo, fruto de uma parceria entre as empresas Marlog Logística e o grupo Mota-Engil foi anunciado no final de 2014. Orçada em R$ 550 milhões, a iniciativa pretende gerar 1.400 empregos e, quando concluída, deve dobrar a capacidade do porto, além de ampliar os negócios. Mais de um ano depois do anúncio, as obras no local ainda não começaram. 
          De acordo com o diretor-superintendente da Marlog Logística, José Arlan Rodrigues, o empreendimento está em fase de licenciamento ambiental e mesmo que as obras propriamente ditas não tenham sido iniciadas, o projeto está mantido e dentro do cronograma. “O estudo de viabilidade econômica, feito no ano passado, já considerava este contexto econômico brasileiro”, disse.
         Ainda segundo Rodrigues, não há um prazo para que as obras comecem, já que a construção depende da emissão destas licenças ambientais. No projeto, além da criação do terminal, também serão feitas obras de dragagem do aprofundamento do canal de acesso e da bacia de evolução do porto dos atuais 9,14 metros para 11 metros. Após a autorização, o diretor-superintendente estima que a construção seja concluída entre 18 e 24 meses. “Só quando a obra ficar pronta é que serão iniciados os trabalhos da dragagem, que dependem da autorização da Secretaria dos Portos”, explica.
         O empresário avaliou que a obra, da mesma forma que o estaleiro de Lucena, vai colocar a Paraíba nas rotas internacionais, uma vez que vai permitir que o porto receba navios de maior porte. “Com o calado mais profundo, o porto terá um aumento de atividades e vai arrecadar mais impostos, além de gerar mais empregos”, finalizou.

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