sábado, 26 de março de 2016

Brasil paga mais caro do que o Paraguai para captar bônus no exterior

         O Brasil pagou mais caro do que o Paraguai para captar no Exterior ao prazo de 10 anos. Nesta sexta-feira (25), o país vizinho levantou US$ 600 milhões em bônus, oferecendo retorno de 5%. Há duas semanas, o Brasil captou US$ 1,5 bilhão em bônus com retorno de 6,125%. A classificação de risco do Paraguai está alinhada à do Brasil.
         O Paraguai não recorria ao mercado externo há um ano, e o Tesouro brasileiro, há dois. O Brasil, na verdade, pode emitir mais US$ 1,5 bilhão, uma vez que, na ocasião desta última operação, fez registro para captação de até US$ 3 bilhões.
         A Argentina está estudando uma captação e já contratou os bancos BBVA, Citigroup, Deutsche Bank, HSBC, JP Morgan, Santander e UBS para coordenar a operação, que pode acontecer em abril. Os argentinos ficaram fora do mercado de dívida externa durante os últimos anos, por conta de uma disputa com um grupo de credores, os chamados fundos abutres, que provocaram calote técnico do país em meados de 2014.
         De toda a forma, a província de Buenos Aires emitiu na segunda semana de março US$ 1,25 bilhão em bônus com vencimento em março de 2024. Os bônus foram colocados com retorno de 9,375%. A província de Buenos Aires tem rating Caa2 pela Moody's e B- pela Standard & Poor's. Os bônus têm amortização em 2022, 2023 e 2024. A petroleira argentina YPF captou, no final da semana passada, US$ 1 bilhão em bônus de cinco anos com retorno de 8,5%. A empresa tem classificação de risco Caa1 pela Moody's.
         Também estiveram entre as empresas latinas acessando o mercado externo em março as mexicanas Cemex (R$ 1 bilhão) e Pemex (2,25 bilhões de euros). A retomada do fluxo de investimento para fundos de bônus dedicados a emergentes desde o início de março tem animado o mercado e entre os fatores que levaram o Tesouro a testar o mercado externo.
         De acordo com números da EPFR Global, o fluxo dos fundos de bônus dedicados para emergentes ficou positivo em torno de US$ 700 milhões na semana até 2 de março, subindo para IS$ 1,06 bilhão na semana até 9 de março. Na semana até 16 de março, o fluxo foi positivo em US$ 770 milhões. Desde o início de janeiro, o fluxo de fundos de bônus dedicados a mercados emergentes era negativo.

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