segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Porto de Itajaí vai decretar situação de emergência por falta de dragagem no canal de acesso


         O Complexo Portuário de Itajaí (SC) está levantando dados desde a última sexta-feira (16) e, nesta segunda-feira (19), o município deverá decretar situação de emergência portuária, documento que dará condições à cidade de contratar emergencialmente uma dragagem para desassorear o rio Itajaí-Açú. A saída e entrada de embarcações estão impedidas por tempo indeterminado.
         O superintendente do Porto de Itajaí, Antônio Ayres dos Santos, afirmou que com a atual draga disponível, demoraria pelo menos um ano para que o complexo volte a receber a quantidade de carga habitual do local. "Mesmo quando o rio voltar ao normal, a quantidade de material que essa enxurrada trouxe para foz é muito grande. Calculamos que cada centímetro perdido em profundade são 10 contâiners a menos em um barco", disse o superintendente.
       Segundo Ayres, foi feita uma medição para identificar a profundidade e quantidade de detritos do rio na área portuária, chamada de bacimetria. O complexo tem capacidade de operar com navios de 13 metros profundidade. Estão sendo levantados também os valores de prejuízo acumulado e previsto caso o rio não seja dragado. Diariamente, são movimentados no porto 2,5 mil contêineres. Com o fechamento, há a estimativa de prejuízo diários chegam a R$ 4 milhões.          Em 2009, o porto, que é administrado pelo município, conseguiu auxílio do Governo Federal para contratar uma dragagem com capacidade de 30 mil metros cúbicos de retirada de material por ano. O volume é 10 vezes mais do que a atual disponível no porto, de 3 mil metros cúbicos. Com isso, em cerca de três meses o porto voltaria a operar normalmente.
         Depois de decretado pelo município, a Defesa Civil estadual homologa o decreto e encaminha a demanda para o Ministério de Portos. Os prazos de liberação de verba ainda não foram esclarecidos pelo porto. Desde o fechamento, na sexta-feira (9), dez navios já desistiram de descarregar nos portos de Itajaí e Navegantes. Outros sete estão esperando autorização para entrar.
         O canal foi fechado por causa da correnteza, mas o excesso de chuva acabou igualmente afetando a profundidade do canal.De acordo com praticagem, a vazão está três vezes maior do que o normal. A paralisação do movimento de cargas desestabiliza a economia de toda cadeia, que trabalha direta ou indiretamente, com o porto.

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