segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Estaleiro Atlântico Sul demite mais 200 trabalhadores por causa da crise no setor metalmecânico

          O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) demitiu mais 200 trabalhadores no final da semana passada. No mês de outubro, o número de demissões já chegou a 350, somados os outros 150 afastados no início do mês. A informação foi dada pelo Sindmetal (Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco/PE), que representa a categoria. A entidade destacou que hoje a empresa, que chegou a ter 11 mil funcionários no começo das operações, tem entre 2.850 e 2.900 trabalhadores, número que, até o fim deste ano, ainda deverá ser reduzido.
         “A meta do presidente da EAS é chegar a 2,5 mil trabalhadores até o dia 15 de dezembro deste ano”, alertou o presidente do Sindmetal-PE, Henrique Gomes. Ele salientou que o presidente da empresa pretende baixar o custo para, assim, conceder aumento de cerca de 100% para as chefias. “O próprio presidente do EAS, Harro Ricardo Schlorke Burmann, ganha numa faixa de R$ 150 mil somente para demitir os trabalhadores e fazer trabalho escravo e precário”, denunciou Gomes.
       O presidente do Sindmetal-PE, afirmou ainda que essa drástica redução do quadro de funcionários resultou no acúmulo de função e em trabalhos precários. “Os trabalhadores estão recebendo ameaças e sofrendo constrangimento”, disparou. A entidade também informou que muitos dos demitidos estavam doentes ou lesionados.
       “São demissões irregulares”, acusou Gomes. Desde o fim do ano passado, o sindicato já contabilizou cerca de três mil demissões devido aos problemas enfrentados pela empresa depois da perda do contrato de produção de sondas de exploração de petróleo com a Sete Brasil. O acordo foi suspenso por inadimplência da contratante, pertencente ao grupo Petrobras e citada no âmbito das investigações da Operação Lava Jato. O Sindmetal-PE comentou que está programando um grande ato de protesto contra as demissões no estaleiro nos próximos dias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário