sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Petroleiros vão entrar em greve domingo, paralisando 33 plataformas

         A Federação Única dos Petroleiros (FUP), ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), confirmou início da greve da categoria a partir da 0h de domingo (1).  A expectativa é de uma adesão de 80% da categoria em mais de 33 plataformas e terminais da estatal.
         A paralisação foi definida na quinta-feira (29) após reunião com o Ministério Público do Trabalho (MPT). Na quarta-feira (28) representantes da Federação também se reuniram com a Petrobras, após ultimato para negociar a pauta proposta pelos sindicatos, que é contra a venda de ativos e pela manutenção de investimentos da companhia. Sem sucesso, os trabalhadores se retiraram da reunião.
        "A atual direção da Petrobras não responde à nossa pauta e tenta impor a pauta dela, com redução de benefícios. Não houve respostas objetivas em relação à reposição de efetivo, melhorias de segurança, por exemplo. Há quatro meses a companhia está em silêncio para nossas demandas", afirmou José Maria Rangel, diretor da FUP.
         Segundo ele, a expectativa de adesão à greve é semelhante à de 1995, quando a categoria parou as atividades por cerca de dois meses em oposição à proposta de privatização e mudança de nome da Petrobras. "A aprovação nas assembleias foi maior de 80% e superou nossas expectativas para fazer um bom movimento contra a venda de ativos, que é uma forma de privatização", afirmou o líder sindical.
         Entre os meses de julho a agosto, os sindicatos realizaram assembleias em diversas unidades de produção, terminais de transporte e regaseificação, além de refinarias e fábricas de fertilizantes. De acordo com o Sindicato de Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), há adesão em pelo menos 33 plataformas da região, que abarca as bacias de Campos e Santos, as principais produtoras do país.
         Em nota, a Petrobras sinalizou que tem "compromisso de dialogar abertamente". A estatal criou uma comissão de negociação para discutir os termos de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que propõe redução de jornada de trabalho e alguns benefícios corporativos aos trabalhadores. "As atividades da empresa são normais e não há prejuízos à produção ou ao abastecimento do mercado", diz o comunicado.
         Desde quinta-feira, oito Estados já paralisaram as atividades após determinação da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), entidade ligada à Força Sindical. O grupo negocia reajuste salarial com a Petrobras. A estatal ofereceu 8,11% em segunda proposta, mas os petroleiros querem 18% de aumento, porcentual calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para recomposição de perdas com a inflação e ganhos de produtividade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário