quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Relatório da Cepal indica queda nas exportações da América Latina e Caribe

         A Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) divulgou o relatório “Panorama da Inserção internacional da América Latina e Caribe 2015”. A crise do comércio regional: diagnóstico e perspectivas, que mostrou fortes quedas nos preços das matérias-primas e uma menor demanda internacional pelos produtos que a região exporta afetaram suas remessas ao exterior. Em 2014 e 2013, estas registraram diminuições de -3,0% e -0,4%, respectivamente. Com isso, o triênio entre 2013 e 2015 foi o de pior desempenho exportador da Região em oito décadas.
         Segundo o organismo da ONU, é provável que as exportações da região voltem a cair em 2016, já que as perspectivas de uma recuperação dos preços para o próximo ano são pouco auspiciosas. A tendência recessiva que caracteriza o atual contexto econômico internacional impede que o comércio recupere o dinamismo que apresentou no período prévio à crise de 2008 e 2009, aponta a CEPAL.
          Existe uma mudança de ciclo econômico caracterizado por um excesso de liquidez, uma queda da demanda agregada, uma menor capacidade dos países emergentes para absorver os impactos externos, a desaceleração da China, um crescimento dos ativos financeiros maior do que a economia real e uma mudança de destino dos fluxos de capitais para a Região, acrescenta a Cepal. Nesse contexto, segundo a autarquia, há uma maior pressão para que os países adotem medidas de ajuste.
         O relatório indica, ainda, que o recuo no valor das exportações e a deterioração dos termos de troca serão mais acentuados nos países e sub-regiões exportadoras de petróleo e seus derivados e de matérias-primas. Além disso, as exportações intrarregionais (destinadas a países da própria Região) registrarão  uma contração de -21%, maior do que a queda que se espera para as remessas extrarregionais (-13%).
        As maiores quedas ocorrem na América do Sul e no Caribe por seu menor dinamismo econômico e menores preços de suas exportações. Em contrapartida, a América Central terá um aumento no comércio intrarregional (2%) graças a um maior dinamismo da atividade econômica e de uma maior integração produtiva entre suas economias.
        No que se refere às importações, o Relatório registra uma situação similar, já que se espera uma queda média de -10% no valor das remessas recebidas pela Região em 2015. A desaceleração da economia chinesa desde 2012, também explica a queda das exportações latino-americanas e caribenhas, em especial dos países especializados em produtos primários que o gigante asiático importa.
        Em seu Relatório, a CEPAL indica que a “nova normalidade” chinesa – que transita para uma economia com mais ênfase no consumo – representa uma oportunidade para a América Latina e o Caribe de diversificar suas remessas a esse país. Por exemplo, a região poderia converter-se em um sócio estratégico para a China na categoria agroalimentar, visto que se espera que o país asiático duplique suas importações deste tipo de produtos até 2020.

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