segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Aliança investe R$ 90 milhões para entrar no negócio de rebocadores


         A Aliança Navegação e Logística decidiu entrar no negócio de rebocagem, serviço que auxilia a atracação e desatracação de navios nos portos. A empresa encomendou três rebocadores ao estaleiro Detroit, em Itajaí (SC), por R$ 90 milhões.
         As embarcações serão entregues durante o ano de 2017 e o contrato prevê a opção de construção de um quarto rebocador. Ainda não está definido o porto em que os rebocadores, que serão de última geração, trabalharão. Eles terão propulsão azimutal, comprimento de 32 metros e 70 toneladas de tração estática e poderão empurrar os maiores navios em atividade no Brasil.
         Líder no Brasil no transporte marítimo de cabotagem de contêineres no país, a Aliança movimentou 673 mil teus no modal em 2014, com um faturamento de R$ 3,3 bilhões.
         A decisão de investir na rebocagem está ligada às mudanças na navegação mundial, com a construção de navios cada vez maiores e que já estão chegando ao Brasil. Essas embarcações exigirão rebocadores mais potentes para garantir a segurança nas manobras.
         "Não vamos atender exclusivamente nossos próprios navios, mas o mercado. É um produto competitivo", afirmou Julian Thomas, diretor-superintendente no Brasil da Aliança e da Hamburg Süd, ambos armadores de contêineres do grupo alemão Oetker.
         A Aliança terá um departamento dedicado ao novo serviço. "Temos um monte de sinergias, não precisamos criar outra estrutura", disse o executivo.
        O contrato com o estaleiro foi assinado no fim de setembro. O investimento será custeado 100% com recursos advindos da conta vinculada do Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), que é gerida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Uma segunda fase do projeto contempla a construção de mais rebocadores, mas sua efetivação dependerá da aprovação de liberação de mais recursos.
        "Se o negócio cumprir nossas expectativas, vamos continuar investindo. O momento pode estar ruim, mas nós acreditamos no Brasil e por isso vamos continuar investindo também em outras frentes", adiantou Thomas, sem, contudo, indicar quais. Além da navegação, o grupo tem participação em um terminal portuário para movimentação de contêineres, o porto Itapoá (SC).
        Durante pelo menos cinco anos a Aliança tentou construir navios no Brasil, mas os estaleiros estavam lotados de encomendas do mercado offshore e não conseguiam atender a demanda para fabricar os porta-contêineres do grupo, que, por isso, recorreu a estaleiros chineses.
        Segundo Thomas, com o aumento de disponibilidade de espaço nos estaleiros nacionais, a partir do início deste ano, foi retomado o projeto de construir os equipamentos no Brasil

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