quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Expansão da Embraport não acontecerá tão cedo por causa da crise econômica


         A expansão do terminal de contêineres da Embraport no porto de Santos (SP) não vai acontecer tão cedo, como previsto, por causa das dificuldades econômicas, apesar de já estar pronto. A companhia, que tem como maior acionista a Odebrecht TransPort, informou que o terminal "está concluído e não demanda mais investimentos e, consequentemente, recursos dos acionistas".
         A empresa está negociando com os credores "um alongamento do seu financiamento de longo prazo", processo que deve ser concluído até novembro deste ano e descartou a possibilidade de vender o terminal. A Embraport é uma sociedade entre a Odebrecht TransPort (com 66,7%) e a Dubai Port World (33,3%), operadora mundial de terminais de contêineres.
         O empreendimento consumiu R$ 1,8 bilhão e por conta da variação do dólar a dívida real hoje é de R$ 2,2 bilhões. Mas não há inadimplência junto aos credores, garantiu a empresa. A Embraport comunicou também que não há vínculo direto da empresa com a construtora Norberto Odebrecht, uma das empreiteiras envolvidas na Lava-Jato.
         A outorga de autorização concedida à Embraport para operar um terminal de uso privado (TUP) em Santos foi dada em 2001 pelo Ministério dos Transportes e já previa a configuração final do empreendimento. Seria uma instalação maior que a atual, com, por exemplo, um cais de quase um quilômetro ante os 653 metros atuais, e instalações para outros tipos de carga. Mas a empresa decidiu tocar a obra por fases conforme a demanda.
         O terminal foi inaugurado em 2013 com capacidade para 1,2 milhão de teus por ano e, com a expansão física, a meta era chegar a 2 milhões de teus - a mesma oferta do maior terminal do Brasil, o Tecon Santos, seu vizinho. Mas hoje o cenário é outro. Os volumes de comércio exterior estão mais fracos e o porto de Santos, especificamente, vive uma sobreoferta para contêineres, com seis terminais do tipo, o que vem derrubando os preços e colocando em risco a sobrevivência das empresas menores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário