terça-feira, 27 de outubro de 2015

Assembleia-Geral da ONU pede fim do embargo contra Cuba, mas EUA e Israel se opõem

         A Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) voltou nesta terça-feira (27) a pedir, quase por unanimidade, o levantamento do embargo norte-americano contra Cuba, imposto há mais de meio século, quase quatro meses após o restabelecimento das relações diplomáticas entre Washington e Havana. A resolução teve voto favorável de 191 dos 193 Estados-membros que compõe o órgão plenário das Nações Unidas.
        Apesar das expectativas geradas nos últimos meses, os Estados Unidos, ao lado de Israel, votaram contra esta resolução não vinculativa, que foi adotada pela primeira vez em 1992 e sujeita a votações anuais desde então. Não foram registadas abstenções.
        A votação de hoje tinha, no entanto, um caráter especial, uma vez que era a primeira vez que o órgão plenário das Nações Unidas se pronunciava desde que Cuba e os Estados Unidos iniciaram, em dezembro de 2014, um processo para o restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países.
        Os Estados Unidos alimentaram as expectativas sobre uma possível abstenção na votação de hoje, mas a delegação norte-americana acabou por votar contra por considerar que a resolução "não representa" o processo de aproximação que foi iniciado nos últimos meses.
       "Lamentamos que o governo de Cuba tenha decidido seguir com a sua resolução anual. O texto não representa os passos significativos que foram dados e o espírito de compromisso que o presidente Barack Obama tem defendido", disse o diplomata norte-americano Ronald Godard, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.
       "Se Cuba considera que este exercício vai ajudar a que as coisas avancem na direção esperada pelos dois governos, está enganada", insistiu o representante norte-americano. O texto preparado pelas autoridades de Havana saúda "o restabelecimento das relações diplomáticas entre os governos de Cuba e dos Estados Unidos da América" e reconhece "a vontade" expressa por Barack Obama "de trabalhar para a eliminação do bloqueio econômico, comercial e financeiro".
 

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