quarta-feira, 2 de maio de 2018

Instituto Aço Brasil teme que cota de importação reduza vendas externas

       A imposição de cotas de importação de aço pelos Estados Unidos pode reduzir as vendas brasileiras em até 60%, dependendo do produto, disse hoje (2) o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, em entrevista coletiva por teleconferência. Na última quinta-feira (26), o governo dos Estados Unidos surpreendeu ao informar que as condições políticas para a manutenção das negociações tinham mudado e que o Brasil teria que decidir se aceitaria a proposta americana de imposição de cotas.
      A conta é calculada pelo volume médio das exportações feitas de 2015 a 2017 para produtos semiacabados e acabados. No caso de produtos acabados, há ainda a aplicação de redutor de 30% sobre o volume médio nesse período.
      Para evitar a alternativa dos Estados Unidos da sobretaxa de 25%, o Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil decidiu aceitar a imposição de cotas. Segundo Lopes, a proposta dos Estados Unidos, colocada na mesa de negociações, era “pegar ou largar”. Ele acrescentou que a decisão de aceitar foi tomada devido à relevância das exportações brasileiras de aço para os Estados Unidos, que correspondem a um terço do total.
       Lopes acrescentou que, para tomar a decisão, também foi considerada a necessidade de se manter o uso da capacidade instalada do setor, atualmente em 68%.
Segundo Lopes, com as cotas, serão exportadas aos Estados Unidos 3,5 milhões de toneladas de aço semiacabado e 496 mil toneladas de acabado.
       O Instituto Aço Brasil defendeu, nas negociações, o sistema soft quota (cota suave). Por esse sistema, quando o limite fosse atingido, haveria sobretaxa sobre as vendas. Mas os Estados Unidos impuseram o sistema hard quota (cota dura), pelo qual, uma vez atingido o teto, as vendas são suspendas.
      Os volumes exportados serão contabilizados a partir de janeiro deste ano. Segundo Lopes, os limites das cotas podem ser ajustados se houver necessidade. Segundo o instituto, 81% das exportações do Brasil são de produtos semiacabados encaminhados para produtores de aço locais para laminação e acabamento.

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