quarta-feira, 30 de maio de 2018

Exportadores de carne deixam de faturar US$ 170 milhões com paralisação dos caminhoneiros

          A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), divulgou que com a paralisação dos caminhoneiros, o setor deixou de faturar US$ 170 milhões com exportações. “Estamos com 120 frigoríficos parados [entre cerca de 290 frigoríficos que abatem no país]. A parte de insumos está totalmente prejudicada. Não há mais como não aumentar preço em relação ao estrago feito [pela paralisação]”, relatou Antonio Jorge Camardelli, presidente da Abiec.
          Segundo ele, ainda não é possível avaliar de quanto seria esse aumento porque não foi feito um levantamento sobre o prejuízo dos produtores. No entanto, de acordo com cálculos feitos pela ABPA – e considerando que a paralisação terminaria domingo - o valor de aumento para o consumidor poderia ser de até 35% no caso das aves e de 25% a 30% no caso de suínos.
          “Tínhamos uma estimativa de que levaríamos dois meses para voltar ao fluxo normal. Que ficaríamos com uma perda, principalmente de exportação, de US$ 350 milhões. E teríamos uma redução de produção e aumento de custo em que seria viável a recuperação. Mas, a partir dessa nova perspectiva de que continuamos com mais de 170 frigoríficos parados, com mais de 1 bilhão de animais no campo sem poder receber alimentação e sem poder ser abatido, estamos prevendo dois impactos extremamente sérios na nossa cadeia: o primeiro é o aumento de preço do nosso produto o segundo é que a recuperação da nossa cadeia produtiva vai precisar de aporte financeiro governamental”, disse Rui Eduardo Saldanha Vargas, diretor técnico da ABPA.
          O tempo de recuperação do setor, disse Camardelli, será longo. “No caso da cadeia bovina, tenho 1,4 mil [animais] na rua, trancados e presos. E tenho perecibilidade dos produtos. Se essa crise não se resolver até quinta-feira, seguramente o ciclo está quebrado. As programações não serão oferecidas de acordo com o cronograma", disse, acrescentando que os empregos do setor também estão prejudicados.
          Os representantes do setor disseram à imprensa que será preciso crédito do governo para que os produtores enfrentem os problemas provocados pela greve dos caminhoneiros. O ministro Blairo Maggi, mais cedo, havia admitido a necessidade de crédito para auxiliar o segmento. “O setor vai demandar crédito do governo senão vai ser um problema a mais que vai se refletir em inflação”, disse Camardelli.

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