O início de ano foi de boas notícias para os exportadores de calçados
brasileiros. Conforme dados elaborados pela Associação Brasileira das
Indústrias de Calçados (Abicalçados), o primeiro mês registrou o embarque de 15
milhões de pares por US$ 99,3 milhões, altas de 33,4% em volume e de 23% em
receita no comparativo com o primeiro mês do ano passado.
O presidente-executivo da
Abicalçados, Heitor Klein, ressalta que o número positivo foi puxado pelas
exportações do Ceará, que tiveram incremento de quase 60% na relação com o
primeiro mês do ano passado. “Existe um movimento de retomada nos embarques, já
sentido nos meses finais do ano passado. A participação exitosa
na primeira grande plataforma internacional do ano, a Expo Riva
Schuh, na Itália, nos dá bons indícios para 2019”, comenta. Segundo ele, o
câmbio mais estável e a retomada do mercado nos Estados Unidos também são
indicadores importantes.
O principal exportador do
primeiro mês do ano foi o Ceará. De lá, partiram 7,3 milhões de pares por US$
38 milhões, altas de 44,3% e de 56,8% em relação a janeiro de 2018. O segundo
exportador foi o Rio Grande do Sul, que embarcou 2,37 milhões de pares que
geraram US$ 37,9 milhões, incrementos de 26,8% em volume e de 9,2% em dólares no
comparativo o mês correspondente do ano passado. A terceira origem das
exportações foi São Paulo. Os paulistas embarcaram 510,2 mil pares por US$ 7,35
milhões, altas de 25,5% e de 5,2%, respectivamente, na relação com o ano
anterior.
Entre os destinos, destaque
para os Estados Unidos. Em janeiro, os norte-americanos importaram 1,67 milhão
de pares por US$ 18,47 milhões, altas de 80% em volume e de 52% em receita ante
o mesmo mês de 2018. “A percepção de recuperação do mercado estadunidense, especialmente
a partir da possibilidade de taxação extra do calçado chinês naquele país, está
se confirmando”, comemora Klein, para quem o Brasil deve ocupar espaço deixado
pelo calçado asiático naquele mercado.
O segundo destino dos embarques
de janeiro foi a França, para onde foram enviados 1,77 milhão de pares que
geraram US$ 9 milhões, quedas de 4% e de 21%, respectivamente, ante janeiro de
2018.
Outro revés do primeiro mês foi
a Argentina, que em profunda crise econômica e preservando suas reservas
cambiais importou menos calçados brasileiros. No mês passado, os argentinos
compraram 333,27 mil pares por US$ 4,3 milhões, quedas de 2% em pares e de
24,6% em receita no comparativo com mês correspondente de 2018.
Destaque positivo do quadro foi
o Reino Unido, mercado-alvo do Brazilian Footwear, programa de incentivo às
exportações de calçados da Abicalçados. “Com debates acalorados acerca de sua
saída da União Europeia, o país parece estar diversificando seus fornecedores
de calçados”, avalia Klein. Em janeiro, os britânicos importaram 307,3 mil
pares por US$ 3,54 milhões, incrementos de 231% em pares e de 115% em dólares
na relação com o primeiro mês do ano passado.
O primeiro mês do ano registrou
queda nas importações de calçados, com 2,78 milhões de pares e US$ 39,53
milhões, quedas de 4,8% em volume e de 1,3% em dólares em relação a 2018. As
principais origens foram Vietnã, com 1,33 milhão de pares e US$ 22 milhões
(quedas de 1,8% e de 8%, respectivamente); Indonésia, com 570,5 mil pares e US$
8,45 milhões (incrementos de 42,3% e de 24%, respectivamente); e China, com
528,7 mil pares e US$ 3 milhões (quedas de 40% e de 15,3%, respectivamente).
Em partes de calçados –
palmilhas, solas, saltos, cabedais etc – as importações somaram US$ 4,64
milhões, queda de 35% ante janeiro de 2018. As principais origens foram China,
Paraguai e Vietnã.
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