terça-feira, 25 de agosto de 2020

MP denuncia executivos da Maersk por corrupção em ação da Operação Lava-Jato


           O Ministério Público denunciou dois executivos vinculados à Maersk por corrupção em um caso relacionado à operação Lava-Jato, segundo fontes oficiais, informou a EFE. As ações foram ajuiadas contra Wanderley Saraiva, representante contratado pela Maersk, e Viggo Andersen, diretor da empresa no Brasil, por suposta participação no complô de corrupção descoberto na estatal Petrobras.
          Eduardo Autrán, ex-gerente de Logística da Petrobras, também foi denunciado por corrupção passiva e desvio de recursos públicos, segundo nota do Ministério Público. Os três executivos estão sendo investigados por irregularidades em contratos de afretamento firmados entre a Maersk e a Petrobras e que, segundo as autoridades, geraram prejuízos econômicos à estatal brasileira estimados em US $ 31,7 milhões.
          De acordo com a denúncia apresentada na Justiça de Curitiba, onde se concentram as investigações da Lava Jato, entre 2006 e 2014, a Andersen, representante da Maersk no Brasil, concordou com a empresa em pagar comissões ilegais que chegavam a 2,5 % do valor dos contratos firmados com a Petrobras.
          Metade desse valor foi repassado para uma empresa criada pela Saraiva, que atuou como intermediária na negociação dos contratos e que, por sua vez, deu uma parte desse dinheiro ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Este último confessou tais práticas em um acordo de colaboração com as autoridades brasileiras e seu depoimento serviu de base para a denúncia ora apresentada pelo Ministério Público.
          Em troca desses subornos, Costa forneceu aos executivos da navegação informações privilegiadas sobre as demandas que a Petrobras tinha em relação ao afretamento de navios de grande porte, além de influenciar a contratação da empresa que eles representavam.
          De acordo com o Ministério Público, esse pacto resultou no "pagamento efetivo de pelo menos 4,03 milhões de reais (cerca de US $ 720.000)" para subornos à Costa. A Lava Jato investiga desde 2014 uma vasta rede corrupta que desviou recursos milionários da petroleira e pela qual dezenas de importantes empresários e políticos foram presos, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado duas vezes por corrupção, mas agora está em liberdade.

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